segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Na Argentina, alunos chilenos marcham em apoio a compatriotas‏

10 DE AGOSTO DE 2011 - 14H27 



Estudantes chilenos que vivem na Argentina saíram às ruas de Buenos Aires nesta terça-feira (09) em apoio ao protesto de seus compatriotas e pediram mudanças no sistema educacional chileno. Centenas de jovens marcharam do Obelisco até a sede do consulado chileno, aos gritos de "e vai cair, e vai cair, a educação de Pinochet", em referência ao modelo implantado durante o governo do ditador Augusto Pinochet (1973-1990).


Nas universidades estatais de La Plata e Buenos Aires estudam centenas de chilenos que, segundo eles, tiveram que mudar de país diante da impossibilidade de pagar o elevado custo do ensino no Chile. Mobilizados há dois meses e acompanhando de perto os desdobramentos do movimento que pede educação gratuita e de qualidade, os chilenos contaram com o apoio de estudantes da Federação Universitária de Buenos Aires e da Coordenação Unificada de Estudantes Secundaristas.

"É um momento histórico, independentemente do que aconteça", disse à ANSA a estudante Daniela Poblete, da cidade chilena de Valdívia. "Contive as lágrimas ao ver as imagens positivas e as negativas da repressão", acrescentou ela. Poblete contou que decidiu estudar na capital argentina porque, em Santiago, seu curso "é caríssimo", cerca de US$630 por mês. Para começar a estudar, ela pediu um ano de crédito, o que significou um endividamento de 13 anos que ainda está pagando.

O estudante de sociologia Pablo Posio, de Santiago, por sua vez, afirmou que vive na Argentina um "exílio do capital econômico", já que o sistema educacional torna "impossível" estudar em seu país. "Não queria continuar pagando um banco", diz. Segundo ele, o governo vai ter que atender as demandas, senão o presidente Sebastián Piñera vai ter que deixar o cargo. "Está em jogo a governabilidade", avaliou.

Outros países 

Outras manifestações de estudantes chilenos foram registradas na França, na Espanha, na Suécia, na Venezuela e no Brasil. Na Espanha, estudantes se reuniram com o cônsul-geral do Chile, Matías Undurraga, que expressou "a preocupação pela situação que o país vive e o total repúdio pela violência que as forças policiais exercem sobre os diferentes grupos sociais mobilizados".

Milhares de chilenos responderam ontem a um chamado do movimento estudantil e começaram a bater panelas, uma ação conhecida como "panelaço". O som foi ouvido em todos os bairros de Santiago e em diversas regiões do país, em um claro apoio da população ao que é considerado "o movimento social mais importante em 20 anos de democracia".

O ato marcou o fim dos protestos pela educação que movimentaram o país durante toda a tarde de ontem e que levou às ruas, apenas na capital, mais de 150 mil manifestantes.

Os dirigentes estudantis calculam que cerca de 500 mil pessoas participaram de marchas em todo o Chile. Eles deram um ultimato ao governo para que apresente uma nova proposta de reforma educacional que incorpore suas demandas.

O subsecretário chileno do Interior, Rodrigo Ubilla, informou hoje que os protestos terminaram com 376 detidos e 78 feridos, dentre os quais 55 policiais e 23 civis.

Fonte: Ansa

http://www.vermelho.org.br

sábado, 13 de agosto de 2011

Aconteceu em 13 de agosto


   
   
  Manifestação estudantil no RS durante a ditadura  
  1937 - Dia da UNE  
  Encerra-se no Rio de Janeiro o Primeiro Conselho Nacional Estudantil, que vira Congresso e marca a fundação da UNE (a data oficial de fundação é 11 de agosto de 1937). A União Nacional dos Estudantes se consolidará como entidade máxima unitária dos universitários, exceto na fase mais tenebrosa da ditadura, de 1971 a 1979.  
 
1808:
D. João cria a Imprensa Régia e junto a censura prévia…
   
1865:
Ana Néri alista-se como enfermeira na Guerra do Paraguai. Ficará famosa como a Mãe dos Brasileiros.


1927:

Nasce em Mayari Fidel Castro. Líder da guerrilha vitoriosa em 1959, abraça o comunismo e dirige Cuba pela via socialista, mantida mesmo na difícil etapa pós-soviética.
Fidel,
em 1959
   
1945:
1ª manifestação queremista (pró-Constituinte com Getúlio), no Rio de Janeiro.
   
1946:
Fundada a Univ. Católica de São Paulo (Pontifícia, ou PUC, após 1947).
   
1958:
Independência da República Centro-Africana, ex-colônia da França.
   
1961
A Alemanha Oriental ergue o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria.
   
1981:
Choque de posseiros de São Geraldo do Araguaia, Paraná, com agentes da Polícia Federal.
   
1992:
200 índios Kaingang e Guarani ocupam o aeroporto de Iraí, RS, erguido em suas terras
Fote: http://www.vermelho.org.br/hoje/0813.asp      

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Como nasceu o dia do Estudante

No dia 11 de agosto de 1827, D. Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do país: um em São Paulo e o outro em Olinda, este último mais tarde transferido para Recife. Até então, todos os interessados em entender melhor o universo das leis tinham de ir a Coimbra, em Portugal, que abrigava a faculdade mais próxima.

Na capital paulista, o curso acabou sendo acolhido pelo Convento São Francisco, um edifício de taipa construído por volta do século XVII. As primeiras turmas formadas continham apenas 40 alunos. De lá para cá, nove Presidentes da República e outros inúmeros escritores, poetas e artistas já passaram pela escola do Largo São Francisco, incorporada à USP em 1934.

Cem anos após sua criação dos cursos de direito, Celso Gand Ley propôs que a data fosse escolhida para homenagear todos os estudantes. Foi assim que nasceu o Dia do Estudante, em 1927.


O DCE Unileste Deseja a todos um feliz dia do estudante (atrasado rs)... É por vocês e para vocês que lutamos constantemente!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Reunião da Aspan em Cel. Fabriciano: Amanhã!


Prezados associados, interessados e amigos dos animais, informamos que a Aspan realizará sua reunião mensal no dia 11 de agosto (quinta-feira), às 19:00h, em CORONEL FABRICIANO, na Rua Itaparica, 223, bairro Giovanini. 
 
A Aspan fará uma reunião em Coronel Fabriciano pois pretendemos reunir o maior número de pessoas interessadas na causa animal nessa cidade, para fundarmos mais uma unidade executiva da Aspan em favor da defesa dos animais no Vale do Aço.
 
Convidamos, portanto, todas as pessoas que residem em Coronel Fabriciano e que estão na nossa lista de contatos e pedimos que levem outras pessoas que saibam ser interessadas no bem-estar dos nossos amigos animais.
 
Também é importante que os associados atuais, de Ipatinga e Timóteo, compareçam, pois não teremos reuniões autônomas nessas cidades no mês de agosto. A presença dos atuais associados também é relevante para impulsionar a nova unidade executiva e para decidirmos temas de interesse comum
 
Nessa reunião, teremos a seguinte pauta:
1)  Fundação da unidade executiva da Aspan em Coronel Fabriciano;
2) Apresentação de solicitações e casos que demandam atendimento na cidade de Coronel Fabriciano;
3) Relatório de despesas e entradas do mês de julho de 2011;
4) Descrição do andamento do Projeto de implantação dos termos de cooperação com veterinários, pet-shops e lojas de produtos para animais, para implementação de descontos em favor dos associados da Aspan; 
5) Formação de escalas de visitas às clínicas veterinárias para apresentação e celebração dos termos de cooperação;
6) Relato do andamento do pedido de utilidade pública em Ipatinga e no âmbito estadual;
7) Apresentação de novo item para venda - caneta - cujo produto é integralmente aplicado nas ações de socorro aos animais;
8) Demais assuntos de interesse dos presentes.
 
A participação de todos é muito bem-vinda e esperamos que possam trazer suas ideias e sugestões para tornarmos cada vez mais efetiva a defesa dos animais no Vale do Aço, em especial no presente momento, em que emerge mais uma unidade executiva da Aspan no Vale do Aço. 
Contamos com você.
Att.,
Diretoria Aspan

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Confira video com as imagens do Congresso da UNE

O Centro Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (Cuca da UNE) produziu um vídeo com imagens do 52º congresso da entidade, que ocorreu em Goiânia no mês de julho. 


O vídeo é o Cinejornal número 10, produção do Cuca com atualidades do movimento estudantil e seus debates pelo país. Trata-se de uma abordagem do 52º Congresso da UNE, que teve marcha da maconha, ato pela constituição da comissão da memória e a verdade, passeata pelos 10% do PIB para educação, entre tantas atividades que constituíram o maior e mais tradicional encontro da juventude brasileira.

Confira o vídeo:





Da redação, com informações do Blog do Cuca

Volta as Aulas!!!

 Iniciar um novo período de aulas é um acontecimento singular. É uma mistura de festa, expectativas, ansiedade, preocupação... É reencontro de colegas, novas amizades, curiosidade sobre os estudos, promessa de estudar mais...
Aulas chatas, professores exigentes, colegas “insuportáveis” podem ser preocupações menores. Afinal, quantas decisões de vida, convicções existenciais, projetos de vida são moldados no período escolar. É também o grande ensaio da convivência social, fazendo das diferenças uma riqueza e não um peso.
O DCE Unileste deseja contribuir para que a volta às aulas seja para todos um ato de entusiasmo, com educadores acreditando em seus projetos e estudantes renovando a fé na vida.

Lição de Estudante

Sei que o estudo é importante
E é constante o meu penar,
Mas, consciente sigo em frente
Pois sei que a vida vai melhorar. Esta firmeza traz esperança
E não se cansa quem sabe amar
A própria vida que está contida
No modo lógico de educar.
Sinto, porém que eu sou um forte
E meu esporte traz a lição
De resistência e persistência
Pra ver no mundo transformação.
Quero, portanto com humildade
Ser na verdade um vencedor
Firme na luta, cuja conduta:
Será respeito, paz e amor.
Assim o mundo será melhor
E bem maior com educação,
Sigo uma seta que indica a meta
Para eu ser um bom cidadão.
E além do mais é um privilégio
Vir ao colégio para estudar,
Neste caminho não estou sozinho
Tenho colegas pra partilhar.

de Elmo Nunes

www.mundojovem.com.br/

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Redes sociais redefinem ativismo entre os jovens

Juventude não se prende mais às amarras das mídias tradicionais.
 
Mobilizar a população sempre foi um dos pontos mais complicados na organização de uma manifestação social ou política. Hoje, apesar de geralmente ter menos atuação que no passado, os jovens ativistas que saem às ruas defendendo ideais e direitos possuem na internet uma aliada para chamar atenção do público e participação.

Algumas estratégias de divulgação online viraram regra entre as manifestações com a participação majoritária de jovens ativistas. Mensagens enviadas em massa por e-mail explicam com detalhes os objetivos, as causas defendidas, o discurso dos idealizadores. Eventos criados no Facebook permitem que a notícia se espalhe em uma espécie de boca-a-boca online.

Campanhas no Twitter, que dá ainda a oportunidade de os participantes relatarem os eventos ao vivo, contribuem para agilizar a proliferação das informações. As diversas opções oferecidas pela internet criam a possibilidade de potencializar o alcance das ações propostas, indo além do número de participantes potencialmente maior, mas também chamando mais atenção da mídia, das autoridades e da sociedade.

Exemplos não faltam de movimentos que começaram no mundo virtual e ganharam força nas ruas. No início do ano, milhões de pessoas foram às ruas no mundo árabe pedir por mais mudanças em seus países, em resposta a chamados em redes sociais. Na Espanha, um movimento descentralizado iniciado em fóruns de discussões pela internet tomou conta das ruas de mais de 60 cidades há alguma semanas.

E tanta repercussão acaba por atrair também a fúria das autoridades. O governo da China, por exemplo, bloqueou o acesso a redes sociais como Facebook, Twitter, Flickr, de compartilhamento de fotos, e Linkedln, voltado a contatos profissionais. No Egito, a capital chegou a ficar sem internet para enfraquecer as manifestações.

Soraya Misleh, filha de um refugiado palestino, conta que o Facebook sofreu pressão por parte de sionistas e derrubou a página da terceira intifada palestina. Segundo ela, 350 mil pessoas haviam confirmado a participação. Apesar disso, ela diz acreditar na importância das mídias sociais na mobilização jovem. “As mídias sociais cumprem um papel importantíssimo em todas as lutas. Na onda de revoluções sociais em andamento, tem propiciado não apenas a divulgação desse movimento como também a própria comunicação em diferentes partes do mundo”, afirma.

Em São Paulo, diversas manifestações populares foram divulgadas na internet, possuindo causas que iam do tombamento do Cine Belas Artes a um ato contra a violência policial, de um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus na capital a um novo “churrasco da gente diferenciada”, em referência a moradores de Higienópolis contra a construção de uma estação de metrô na região.

Não à toa, uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, apontou que 71% dos 1.200 jovens entre 18 e 24 anos ouvidos acreditam que a internet é um instrumento alternativo de mobilização social. Segundo eles, a forma repetitiva e padronizada dos meios convencionais de comunicação ao transmitir as notícias contribui com a migração do debate para o mundo virtual.

Por Infojovem.

http://www.ujs.org.br

quarta-feira, 27 de julho de 2011

UNE realiza conferências livres no maior congresso de sua historia

Publicado por: Administrador, em 25/07/2011
A União Nacional dos Estudantes (UNE), em parceria com a Comissão Organizadora da 2ª Conferencia Nacional de Juventude, realizou um total de cinco conferências livres durante o 52º Congresso Nacional da entidade, que aconteceu entre os dias 13 e 17 de julho, em Goiânia (GO), com a participação de mais de 10 mil universitários de todo o país.
As conferências livres aconteceram ao longo da sexta-feira, 15 de julho, reunindo centenas de estudantes em torno de debates importantes, que vão enriquecer a etapa nacional, agendada para o período de 9 a 12 de dezembro, na capital federal.  A Comissão Organizadora da Conferência foi representada no evento pela coordenadora geral, Ângela Guimarães, e pelos coordenadores Kathia Dudyk, Bruno Elias, Gabriel Alves, Fabrício Lopes, Darcy Gomes e Gabriel Souza.
As conferências livres abordaram os seguintes temas: Juventude, Desenvolvimento e Efetivação de Direitos; Juventude, Saúde, Esporte, Lazer e Tempo Livre; Juventude, Educação e Trabalho; Juventude Negra, conquistando direitos e desenvolvendo o Brasil; Juventude e a Luta contra a Homofobia. Os encontros contaram com a presença de conselheiros do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e representantes de diversos movimentos e entidades ligadas à agenda juvenil.
O presidente do Conjuve, Gabriel Medina, elogiou a iniciativa da UNE em realizar as etapas livres em um Congresso tão representativo, onde estiveram presentes estudantes de 97% das instituições de ensino superior do país. Segundo ele, articular a rede de militantes e o movimento estudantil dos mais variados pontos do Brasil é um grande estímulo  para o debate de temas fundamentais como o desenvolvimento, a negritude e a luta contra a homofobia, que vão enriquecer o texto base e fortalecer ainda mais a 2ª Conferência.
O Congresso debateu temas centrais para os estudantes e para o país como a reivindicação de 10% do PIB e 50% do fundo do Pré Sal para a Educação. Um dos grandes destaques da programação aconteceu na quinta-feira (14) com o II Encontro Nacional do ProUni, que atinge, este ano, a concessão de mais de 1 milhão de bolsas para universitários de baixa renda desde o início do programa, em 2004, com a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad, do ex-presidente Lula e da secretária nacional de Juventude Severine Macedo.
O Congresso também pautou o Plano Nacional de Educação (PNE) por meio de debates sobre a questão do financiamento das universidades públicas, a democracia do acesso e permanência no ensino superior e a valorização dos profissionais da educação. Os estudantes também se reuniram em um ato em defesa da Comissão da Verdade que tem o objetivo de esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos no período da ditadura (1964-1985). No ato estiveram presente a presidente da comissão de Direitos Humanos da Câmara, a deputada federal Manuela D´Ávila. Foram convidados para o ato o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e a secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário.
Ao final, o carioca Daniel Iliescu foi eleito presidente da UNE. Para ele, a realização das Conferências Livres no Congresso da entidade são o início de um grande movimento que pretende envolver as faculdades e universidades presentes ao evento em prol do fortalecimento da Política Nacional de Juventude, que inclui a conquista de direitos para essa parcela fundamental da população. Uma ação que vai diretamente ao encontro do compromisso da UNE com o desenvolvimento do país, segundo Daniel Ilescu.

http://www.juventude.gov.br/2011/07/25/une-realiza-conferencias-livres-no-maior-congresso-de-sua-historia-2/

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Transformar o Sonho em Realidade lança Daniel Iliescu à presidência da UNE

Reunião da direção nacional da UJS definiu ajustes de mobilização e candidato da entidade ao CONUNE.

No dia 04 de julho ocorreu a última reunião da direção nacional da UJS antes do 52º Congresso da UNE. Com um clima de muito otimismo, foram apontados os últimos ajustes para que os Estados se organizem e concluam o processo de mobilização, levando grande bancada de delegados para Goiânia, cidade que sediará, entre os dias 13 a 17 de Julho, o CONUNE. Também ficou definido que Daniel Iliescu será o candidato no Congresso, representando toda a juventude socialista.
 
Disputar os rumos do governo de Dilma Rousseff - Participou da reunião o secretário nacional de juventude do PCdoB, Julio Vellozo, que fez uma avaliação da realidade internacional e nacional. Segundo Vellozo, diferente do que vem ocorrendo na Europa, o Brasil vive um momento positivo e deve ser aproveitado pelos movimentos sociais para que se concretizem bandeiras históricas, como os 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação e a revogação do veto ao projeto que destina 50% do fundo social do pré-sal ao mesmo setor. Para isso, são extremamente necessárias as mobilizações de rua, pressionando o governo e o empurrando à esquerda, para dar continuidade ao projeto nacional de desenvolvimento iniciado no governo Lula.

Vellozo fez uma análise sobre a tentativa de setores da mídia e da intelectualidade de compararem as mobilizações que ocorrem pelo mundo a uma “inércia da juventude brasileira”. “Em primeiro lugar, não se pode comparar realidades que são extremamente diferentes. As mobilizações que ocorrem pelo mundo afora são em defesa da democracia, no caso do mundo árabe, e, no caso da Europa, em defesa dos direitos trabalhistas. A juventude na Europa está se formando e não tem emprego, pelo contrário, os que têm emprego estão perdendo. No Brasil, nuca vivemos um período de tantas liberdades democráticas e com o desemprego na casa dos 6%, o que pode se considerar como uma situação de quase pleno emprego”, ratificou o dirigente. Ele ainda lembrou as atividades das entidades estudantis no começo do ano, passeatas por todo o país em defesa dos 10% do PIB para educação.

Reta final para o 52º Congresso da UNE - A direção nacional fez uma breve avaliação dos congressos de UEEs (União Estaduais de Estudantes) e deu orientações para garantir uma grande bancada de delegados ao congresso da UNE. Realizados os congressos estaduais, o saldo foi positivo, visto que em todos os Congressos a UJS – em conjunto com diversos aliados – saiu vitoriosa, elegendo todos os presidentes (a) das entidades estaduais, em SC, PR, SP, MG, RJ, BA, PE, PA, AM, entre outros.

A tarefa central de todos os Estados agora é trabalhar para garantir a menor quebra possível de delegados ao congresso da UNE. Isso implica um grande processo de amarração desses delegados, com plenárias para elevar o grau de politização dos estudantes, ligações para cada um desses estudantes, encaminhamentos do credenciamento e garantias de estrutura para o transporte desses delegados. “Não pode haver nenhum militante da UJS sem tarefa. Estamos a poucos dias do maior desafio da nossa organização. Fazer um grande congresso da UNE, politizado e unido em torno de um projeto nacional de desenvolvimento é uma tarefa da União da Juventude Socialista”, salientou Renatta Petta, diretora de movimento estudantil da UJS.

Daniel Iliescu é indicado candidato da UJS a presidência da UNE - Apresentado com muito entusiasmo pelo presidente da UJS, André Tokarski, Daniel Iliescu foi saudado e referendado por todos os participantes da reunião. Segundo Tokarski, Daniel representa o novo jeito da UJS fazer política, uma política que não abre mão de seus objetivos, mas que, ao mesmo tempo, constrói um grande leque de alianças com as forças progressistas da juventude.

Daniel Iliescu tem 26 anos de idade, é estudante de ciências sociais da UFRJ e tem uma trajetória de lutas no movimento estudantil. Iniciou sua militância na Associação Petropolitana de Estudantes Secundaristas. Em seguida, ao ingressar na universidade, participou do centro acadêmico do seu curso, foi do conselho universitário da UFRJ, presidiu a UEE-RJ e atualmente é diretor de relações internacionais da UNE.

Ao falar na reunião, Iliescu citou uma frase de Fidel Castro, “toda glória do mundo cabe num grão de areia”, afirmando que o que importa é projeto coletivo, que ninguém constrói nada sozinho. Ao finalizar sua fala, Iliescu disse se sentir muito honrado com a indicação de seu nome para candidato a presidência da UNE e finalizou recitando uma parte de um poema de Gonçalves Dias, “... a vida é luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar. Se eleito, este será o maior desafio da minha vida e me dedicarei junto com todos e todas a construir uma UNE ainda mais combativa e de massas".

http://www.ujs.org.br

DA de Pedagogia

Prezados militantes,

  É com muita alegria que anunciamos mais uma das vitórias dos estudantes do curso de Pedagogia do UnilesteMG. Desde 2010 eles aguardavam uma sede para o Diretório Acadêmico. Lutaram, correram muito atrás, enfrentaram barreiras, mas hoje colhem os frutos!



Parabéns Karina e demais representantes do DA de pedagogia!


"De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática." (Karl Marx)

       A sede será inaugurada do 2º Semestre de 2011, desde já, todos estão convidados, aguardem!!!

Veja  as fotos da sala:



segunda-feira, 4 de julho de 2011

A UNE se despede de um presidente amigo

A entidade manifesta seu pesar pela morte do senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS), que devolveu a sede histórica da Praia do Flamengo, 132, aos estudantes


A União Nacional dos Estudantes (UNE) lamenta profundamente a morte do senador e ex-presidente Itamar Franco, 81, ocorrida neste sábado (02), no hospital israelita Albert Einsten, em São Paulo. O país, sem dúvida, perde um dos mais importantes brasileiros, que honrou durante sua vida pública as qualidades mais nobres de um democrata. Em todos os cargos que ocupou, Itamar sempre priorizou os interesses da pátria e do seu povo.

Por isso, os estudantes também zelam pela figura desse homem íntegro, protagonista de um momento significativo para a entidade. Em 1994, um ano após assumir a presidência do Brasil, Itamar devolveu aos estudantes a escritura do terreno da Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro, sede histórica da entidade demolida pela ditadura militar. Esta sempre foi uma luta incansável dos estudantes que, após o ato, tornou-se uma realidade concreta, mesmo com a disputa judicial entre os donos do terreno e a entidade, que, na época, travou qualquer tentativa de retomada.
A sensibilidade que o ex-presidente da República demonstrava a respeito da reconstrução da sede era visível. Tanto que o ato de entrega foi comemorado pelos estudantes no restaurante Lamas, no Rio, regado a muito chopp, na companhia que nada menos do próprio Itamar.
Filho da tradicional política mineira e bastante querido pelo seu povo, foi eleito duas vezes prefeito de Juiz de Fora, quatro vezes Senador e governador de Minas. Eleito vice-presidente da República, seu papel foi fundamental em um dos mais delicados períodos da vida política nacional, pós ditadura militar. Com muita determinação, assumiu a Presidência e a conduziu com grande capacidade, quando o titular foi tirado do poder pela força das passeatas contra a corrupção e o neoliberalismo.

Atento aos problemas do Brasil e, principalmente, àqueles que afetam a juventude, nunca deixou de dar conselhos e apoiar as bandeiras de lutas dos estudantes. Fica para a história o dia que Itamar abriu as portas do Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas, para receber uma manifestação estudantil e também quando criou a lei que regulamentou as mensalidades escolares em 1993.

Itamar Franco estava internado desde o dia 21 de maio, quando foi diagnosticado com leucemia. Licenciou-se do Senado poucos dias depois para realizar o tratamento contra a doença e, segundo os médicos, vinha respondendo bem às sessões de quimioterapia. A UNE dá adeus com tristeza à aquele que devolveu a sede aos estudantes.


Da Redação
http://www.une.org.br/

Não leve para a viagem suas dúvidas sobre o 52º Congresso da UNE. Deixe-as aqui!‏

Faltando poucos dias para o CONUNE é hora de acertar os últimos detalhes, arrumar a mochila e colocar o pé na estrada!


Mais de 10 mil estudantes de todo o Brasil e América Latina estão na contagem regressiva, contando os dias para colocar o pé na estrada e participar do 52º Congresso da UNE, que acontece entre os dias 13 e 17 de julho na cidade de Goiânia-GO. Sabendo disso, o EstudanteNet criou uma série especial com dicas e informações úteis para explicar tudo sobre o encontro e não deixar ninguém na mão.
O objetivo é esclarecer toda e qualquer dúvida sobre o Congresso, além de auxiliar com dicas e uma lista completa do que levar na mala, tudo isso para que você possa aproveitar o que de melhor a programação do Congresso da UNE tem para oferecer, da abertura até a plenária final.
Lembrando que para realizar um evento deste porte, meses antes a UNE e empresas parceiras começam a trabalhar na organização. Funcionários, além de diretores da entidade e voluntários trabalharam no encontro cuidando do credenciamento, comunicação, sistematização, logística, administração, alojamento, alimentação e transporte.
O que é o Congresso da UNE?
O CONUNE, como é conhecido, é o maior encontro da juventude brasileira. Durante cinco dias, os delegados e observadores terão a oportunidade de debater e trocar opiniões sobre os rumos da entidade, elegendo a nova diretoria e o presidente, que estará à frente de uma das mais importantes e tradicionais organizações da sociedade civil brasileira no próximo biênio.  O congresso é também uma grande celebração da diversidade, coroado com atividades culturais, intervenções artísticas, trocas de costumes e tradições.
Onde será o CONUNE?
A cidade de Goiânia, situada no coração do Brasil, será palco do 52ª Congresso da UNE. A cidade que já recebeu outras edições do encontro estudantil,é considerada uma das mais belas do país, centenas de praças com uma grande variedade de fauna e flora fazem parte do cenário com ruas limpas, arborizadas e iluminadas.
As atividades do encontro serão concentradas em torno da tradicional Praça Universitária da capital goiana, principalmente na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e na Universidade Federal de Goiás (UFG). Construída em 1933 pelo arquiteto Attílio Corrêa Lima, o local é considerado um dos melhores lugares para contemplar o pôr-do-sol, além de ser bem arborizada e apresentar um museu de esculturas ao ar livre, com bares e bibliotecas ao redor.
Como faço a minha inscrição?
Através deste link do site da UNE é possível realizar a sua inscrição. Basta preencher corretamente todo o formulário, imprimir o boleto gerado e efetuar o pagamento em qualquer agência bancária. Isso já garante a participação. Mas vale lembrar: guarde o comprovante de pagamento, pois o documento será solicitado quando você for retirar o seu crachá, no ato do credenciamento, em Goiânia.

Qual o valor?
Para quem se inscrever até o dia 30 de junho os valores serão R$ 50,00 para delegados e R$100,00 para observadores, quem deixar para a primeira semana de julho o valor será R$75,00 para delegados e R$150,00 para observadores. Após o dia 08 de julho as inscrições pela internet serão encerradas.
A inscrição inclui alojamento, alimentação (café da manhã, almoço e jantar) e acesso a todos os debates, seminários e shows. Caso necessário, o transporte para a locomoção da programação do evento estará garantido.
É possível pagar a inscrição no ato do credenciamento em dinheiro, diretamente no guichê, em Goiânia. Os valores alteram para R$100,00 - delegados e R$200,00 – observadores.
Qual a diferença entre delegado e observador?
Delegado é o participante que foi eleito em sua faculdade pelos estudantes através do DCE ou comissão eleitoral, possuindo direito de voto nas plenárias. Observador é o participante que irá apenas assistir ao Congresso.

Como funciona o credenciamento?
O primeiro passo ao chegar em Goiânia é se dirigir ao credenciamento e apresentar o boleto de pagamento. De lá, o estudante já sai com seu crachá, que dará acesso livre a todas as atividades do CONUNE. Os goianienses que participarem do Congresso pagam os mesmos valores e tem exatamente, os mesmos direitos.
Como será distribuída a alimentação?
A alimentação é garantida através do Restaurante Universitário que servirá mais de 30 mil refeições entre café da manhã, almoço e jantar. É importante ressaltar que no ato do credenciamento, os estudantes recebem um voucher com os tickets de alimentação. Exclusivamente através da entrega deste ticket será servida à refeição, portanto guarde-os com cuidado.
Aonde serão os alojamentos?
Os alojamentos são salas de aula concedidas pelas universidades, por isso é importante levar uma barraca para manter a sua individualidade e a organização do ambiente. Como mais de 10 mil estudantes participaram do encontro, cada alojamento terá um prefeito que ficará responsável por todo e qualquer assunto referente à área.
Sem dúvidas é um dos melhores lugares para interagir e conhecer outros participantes. É importante dizer que a UNE, apesar de disponibilizar seguranças em todos os alojamentos, não se responsabiliza por perda ou furto de objetos pessoais. Portanto, leve também um cadeado para trancar sua mala ou mochila. Mantenha sua bolsa fechada e fique atento, pois milhares de pessoas circulam nos alojamentos diariamente.

Como encontro uma caravana?
As UEEs (Uniões Estaduais dos Estudantes) e os DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) e DAs (Diretórios Acadêmicos) são as responsáveis pela organização das caravanas. A dica é ficar atento e procurar a entidade estudantil de seu estado ou da sua universidade o quanto antes. Você também pode verificar com a comissão de alunos que promoveu (ou está promovendo) eleições para estudantes-delegados em sua universidade.
Uma boa forma de mobilizar é utilizar as redes sociais da UNE, que agrega estudantes de diversas localidades do país. Além de fazer amizades você pode descolar um lugar no ônibus!
Como será a programação do Congresso?
A programação do CONUNE inclui debates, painéis, plenárias, atos públicos, passeatas e diversas atividades culturais.
Especialistas de diversas áreas são convidados para participar dos debates que acontecem durante o Congresso e escolhe com muito rigor as atrações musicais que irão agitar a noite dos estudantes.
Neste ano, a programação do 52º Congresso da UNE inclui ainda o 2º Encontro Nacional de ProUnistas. Com o aumento de adesão ao programa e a crescente democratização do ensino superior por meio de outras políticas de acesso, o movimento estudantil quer aproveitar a reunião das suas principais lideranças para debater com os estudantes de todo o país as demandas, pontos positivos, críticas e sugestões.
Posso ajudar como voluntário?
A UNE está selecionando voluntários para auxiliar na área da comunicação e realizar a cobertura das diferentes atividades promovidas durante o 52º CONUNE. Para se candidatar, é necessário enviar um email para imprensa@une.org.br indicando nome, telefone, instituição de ensino, anexando uma cópia do currículo.
Qual é a média de temperatura em Goiânia nesta época do ano?
O clima em Goiânia é tropical semi-úmido. A temperatura média no mês considerado o mais frio, julho, é de 13,2°C (mínima) e 29,0°C (máxima).
Como me localizar por lá?
Aproveite as facilidades da internet e realize um passeio virtual pelos arredores da Praça Universitária de Goiânia. Acesse o mapa

O que levar?
Preparamos uma lista com objetos importantes que não podem faltar na sua bagagem.
- Barraca
- Colchonete e travesseiro
- Kit de primeiros socorros (com remédios que você utiliza normalmente)
- Capa de chuva
- Cantil ou squeeze para água
- Sacos e sacolas plásticas (para lixo e para guardar roupas e calçados sujos)
- Fósforos e um isqueiro
- Filtro solar
- Cadeados pequenos (para a barraca e a mochila)
- Caneca de plástico
- Shampoo
- Condicionador
- Sabonete e esponja
- Pasta de dente
- Escova de dente
- Fio dental
- Pente ou escova de cabelo
- Toalha de banho
- Toalhinha pequena
- Papel higiênico
- Absorventes
- Elásticos de cabelo
- Um pouco de sabão em pó ou um pedaço de sabão em barra
- Leve roupas apropriadas para o inverno.
- Saco de dormir
- Isolante térmico, um pedaço de plástico de bolinhas ou folhas de jornal para impedir que a umidade que vem do solo atinja a sua "cama" e penetre pelas costas
- Máquina fotográfica
- Caderninho de anotações e caneta
- Repelente de insetos
- Óculos de sol
- Livro
- Baralho (para o bom e velho truco)
Serviço:
O quê? 52º Congresso da UNE
Quando? De 13 a 17 de julho
Onde?  Goiânia – GO
Quanto? Custo para delegados e suplentes: R$ 50,00 (mês de junho) / R$ 75,00 (mês de julho) / R$ 100,00 (no Congresso). Custo para observadores: R$ 100,00 (mês de junho) / R$ 150 (mês de julho) / R$ 200,00 (no Congresso).
Como? (11) 5539-2342 – www.une.org.br

Da Redação
http://www.une.org.br/

quinta-feira, 30 de junho de 2011

“Esperamos construir uma gestão em que todos os estudantes façam parte”, Rafael Leal, novo presidente da UEE-MG

29 de junho de 2011
O 42º Congresso da entidade contou com a presença de 900 estudantes e elegeu novo presidente

Durante os dias 23 a 26 de junho, no campus da Dona Lindu, da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), na cidade de Divinópolis, recebeu o 42º Congresso da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, que contou com a presença de aproximadamente 900 estudantes. O estudante de História da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Rafael Leal, foi eleito presidente da entidade.
Dentre os assuntos debatidos no congresso, estava a discussão histórica da qualidade de ensino, mas os principais debates giraram em torno da estadualização das universidades públicas que são mantidas por fundações privadas e a criação do Fundo Social do Minério, para que os rendimentos da área mineradora sejam investidos em áreas sociais. Sem contar o debate da reforma política, democratização dos meios de comunicação, políticas públicas para a juventude e consórcio universitário.
“Tivemos um ato político com os alguns parlamentares, o lançamento da jornada de lutas no ensino privado foi um importante momento que nos traz uma grande responsabilidade nesta gestão e por fim o debate sobre o fundo social do minério, sem contar nos shows que animaram a galera”, conta Rafael sobre os melhores momentos do congresso.
Estava entre os presentes o Deputado Estadual Carlin Moura (PCdoB), o Deputado Federal Reginaldo Lopes (PT), a Deputada Federal Jô Moraes (PCdoB), o Sub-secretário de Juventude do Estado Gabriel Azevedo, o Reitor da UFSJ Helvécio Luiz, o representante da Secretaria de Educação Zito Vieira e lideranças do movimento estudantil.
“Depois dos estudantes terem saído de um grande congresso da UEE-MG, a expectativa deles é a melhor possível para o 52º CONUNE, pois saímos com uma boa estrutura para os debates que serão realizados”, diz Rafael.
O novo presidente Rafael Leal, que tem apenas 18 anos, conheceu o movimento estudantil no grêmio da Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo, depois disso, eleito presidente da UMES – Betim, entrou por completo na luta do movimento estudantil. O estudante do curso de história da UNIFAL desde cedo convive com política, já que seu pai foi militante do C.A. de Ciências Sociais da PUC-RJ no início da década de 1970, no movimento Viração e a mãe conviver de perto com obmovimento musical, “Clube da Esquina”, além de militar no Comitê Brasileiro de Anistia na época da ditadura e até hoje fazer parte da base do sindicato dos professores. “Se não me apoiassem na vida política seria muito estranho!”, brinca Rafael, que se inspira no pai.

“Movimento estudantil pra mim é luta, mobilização, energia, passeata, debate, história, rebeldia. Não consigo ver minha vida sem eu fazer parte disso”, Rafael comenta. Para ele é difícil se dividir entre as muitas tarefas que tem como estudante e militante, o jovem tenta aprimorar essa característica para não deixar nada de lado.
A grande responsabilidade adquirida com a eleição é uma das maiores preocupações de Rafael, afinal foi eleito pela maioria dos estudantes e espera corresponder às expectativas de seus eleitores e os demais estudantes do estado.
“Acredito que as três principais bandeiras de luta da minha gestão no Estado são a estadualização das universidades estaduais, a criação do fundo social do minério e a regulamentação do ensino privado. Fora as bandeiras nacionais da UNE, como 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação”, explica o novo presidente.
O jovem de personalidade simples se considera tranquilo, comunicativo, persistente, franco e um pouco “cabeça dura”. Como mora apenas a seis meses na cidade de Alfenas para estudar, gosta de frequentar as repúblicas da região, casas de amigos e barzinhos para confraternizar e aproveitar as horas vagas. “Gosto de sair com os amigos, ir para festas, jogar um futebol, usar a internet e suas redes sociais, um vídeo game... De preferência futebol e Mario Kart! E claro, ver meu Cruzeiro jogar!”, Rafael faz brincadeiras ao falar de sua vida pessoal.
Quando o assunto é música ele responde prontamente. “Gosto muito de MPB e samba. Um rock clássico como Pink Floyd, Dire Straits, The Beatles, The Who e Led é muito bom também. Também gosto muito de ler, e indico ‘A história do Socialismo e das lutas Sociais’, do Max Beer, um grande livro”, completa. Sobre seus gostos culturais ainda há a paixão pelo cinema, transformada em diversas resenhas em um blog que o jovem mantém para publicar sua opinião sobre filmes e documentários.
O EstudanteNet perguntou se havia algo mais que Rafael gostaria de dizer e sem duvidar respondeu. “Acima de tudo quero mandar saudações estudantis ao povo de Minas Gerais, a UEE-MG esta aberta a críticas e sugestões, afinal esperamos construir uma gestão que todos os estudantes façam parte”, finaliza.

Siga o presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Rafael Leal no Twitter: @rafaelueeminas

Da Redação

terça-feira, 21 de junho de 2011

Minas Gerais se prepara para receber o 42º Congresso da UEE MG dias 23 a 26 de junho

Entidade teve credenciamento recorde de delegados para congresso
              
Durante os dias 23 a 26 de junho, a UFSJ, no campus da Dona Lindu, na cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, receberá o 42º Congresso da UEE MG. A expectativa é a melhor possível, de acordo com a presidente da entidade, a estudante Luiza Lafetá, esse será o maior congresso já realizado no estado de Minas Gerais “Tivemos um credenciamento recorde: 900 delegados”, comemora.
O congresso terá duas grandes pautas para debate: um projeto emenda a constituição para a criação no estado de um fundo social do minério para ser investido em educação e tecnologia; e a estadualização da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), que ainda tem alguns campus privados. “Queremos mobilizar a sociedade e os estudantes em torno dessas causas. Esse é o papel da UEE de Minas”, disse Luiza.
Durante o fórum, acontecerão alguns debates importantes, sobre consórcio universitário, com a presença dos reitores da Universidade Federal de São João Del Rey e da Universidade Federal de Alfenas. Além disso, outras presenças já confirmaram suas presenças como os deputados Brizola Neto e Carlos Moura, para debater o marco regulatório do minério.
Além dos importantes debates políticos e da plenária final para definir a futura gestão da entidade, Divinópolis também preparou alguns eventos culturais para os estudantes presentes no congresso. Durante as noites, a cidade do centro oeste mineiro vai receber uma festa junina típica e também contará com shows de bandas locais.
De acordo com Luiza, o movimento estudantil de Minas Gerais é muito grande e heterogêneo. “Temos 853 municípios, diversas realidades dentro de um estado só. São 12 universidades federais. Cada região, cada universidade tema sua particularidade”, explica. Devido a essa particularidade do estado de Minas, a estudante acredita que eventos como o congresso estadual e o 52º CONUNE, que acontecerá entre os dias 13 a 17 de julho, em Goiânia, são fundamentais para que os estudantes mineiros entendam, também, como a UNE é importante para construir mudanças na educação em cada estado e no país. Sobre o CONUNE, a estudante garante: “Vamos levar uma grande bancada para o congresso”.

ServiçoO quê: 42º Congresso da UEE MG
Onde: UFSJ, no campus da Dona Lindu, na cidade de Divinópolis
Quando: 23 a 26 de junho
Informações no telefone: (31) 9407-7817 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Unileste abre inscrições para eventos científicos

O Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) convida os profissionais e a comunidade acadêmica do Vale do Aço para participação no maior evento científico da região. Neste ano, o 3º Congresso de Ciências da Saúde, a 12ª Semana de Iniciação Científica e a 3ª Semana de Extensão serão realizadas em conjunto, no período de 12 a 14 de setembro de 2011.
As inscrições para participação como ouvinte já estão abertas, e podem ser realizadas até 12/8 pelo endereço eletrônico www.unilestemg.br/ ambientessaudaveis. Os interessados em apresentar trabalhos durante os eventos também já podem se inscrever, utilizando a mesma página, com prazo até o dia 30 de junho.
Tomando como tema central "Inovação a serviço da vida e ambientes saudáveis", os eventos reforçam a discussão em torno da importância do desenvolvimento de ações em prol do crescimento sustentável regional.
"Como pólo siderúrgico de extrema relevância econômica, o Vale do Aço precisa repensar maneiras de atender às necessidades presentes sem comprometer as gerações futuras. E o estímulo a esta postura passa pelo contato entre instituições de ensino, pesquisadores, representantes do poder público e da sociedade civil", ressalta Carla Aredes Brum, coordenadora de pesquisa e iniciação científica do Unileste.
Ciência e responsabilidade social
A realização simultânea dos três eventos científicos promete enriquecer a programação de palestras, minicursos, apresentações orais, culturais e de pôsteres, além de constituir uma verdadeira vitrine de produtos e processos de pesquisa e extensão aplicáveis ao mercado.
"O alcance deste evento é realmente muito significativo, pois entidades, docentes e estudantes, do ensino médio ao mestrado, poderão interagir e compartilhar experiências nos campos científico e da responsabilidade social. Essas trocas, seguramente, resultarão em muita aprendizagem e parcerias para o desenvolvimento de projetos de interesse comum", completa Carla, que ao lado das professoras Ana Cristina Poletto Chaves e Sonaly Torres Silva Gabriel, atua na organização dos encontros.
Outras informações sobre os eventos podem ser obtidas pelos telefones (31)3846-5683 e 3846-5515, ou pelos e-mails pesquisa@unilestemg.br e extensao@unilestemg.br. O 3º Congresso de Ciências da Saúde, a 12ª Semana de Iniciação Científica e a 3ª Semana de Extensão do Unileste contam com patrocínio da Fundação Geraldo Perlingeiro de Abreu (FGPA) e da Fapemig.
Serviço
12 a 14/9/2011 - 3º Congresso de Ciências da Saúde, 12ª Semana de Iniciação Científica e 3ª Semana de Extensão do Unileste
Inscrições para ouvintes: até 12/8
Inscrições para apresentação de trabalhos: até 30/6
Página de inscrições: www.unilestemg.br/ambientessaudaveis
Contatos: (31)3846-5683/ 3846-5515, ou pesquisa@unilestemg.br / extensao@unilestemg.br

http://www.unilestemg.br/noticia/782/unileste-abre-inscricoes-para-eventos-cientificos

Unileste desenvolve projetos de ação comunitária em Centro de Assistência Social

O curso de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), por meio de seus projetos de extensão, promoverá atividades educacionais para adolescentes atendidos pelo Centro de Assistência Social e Incentivo ao Bem (Casib), sediado no Bairro Caladinho. Os eventos, previstos para os dias 9, 16 e 30 de junho, abordarão temas relacionados à Educação no Trânsito e Educação Ambiental.
As atividades no Casib consistirão em palestras e oficinas, estruturadas numa linguagem apropriada ao público infantojuvenil, e serão ministradas por Júlia Gabriela Macedo, aluna do 9º período de Engenharia Sanitária e Ambiental, sob a orientação da professora Marluce Teixeira Andrade Queiroz.
De acordo com a coordenadora do curso, Rosângela Maria Vítor Paranhos, os projetos Educação Ambiental: proteção das águas superficiais, e Educação no Trânsito: ferramenta para a vida já vêm sendo desenvolvidos há algum tempo junto à comunidade regional. "Pretendemos, com estes encontros, favorecer uma cultura pró-ativa por parte destes adolescentes, tanto em relação à prevenção dos acidentes veiculares, como em relação à sustentabilidade do planeta", ressalta Rosângela.
Para a discente Júlia Macedo, a grande expectativa é o despertar da conscientização ambiental. "Já fizemos uma primeira visita ao Centro de Assistência e vimos que os alunos e dirigentes estão ansiosos em receber nossos trabalhos. Percebemos que o Bairro é carente de orientações voltadas para esta área, mais especificamente no que se refere à coleta seletiva de lixo, uso da água e comportamento no trânsito. Nosso objetivo é promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas assistidas pelo Casib e que elas se tornem multiplicadoras dessas ações", destaca a graduanda.
Projetos de extensão
Além do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, docentes e alunos de outros cursos de graduação participam de um programa de atenção específico para crianças e adolescentes do Casib. Dentre os projetos desenvolvidos pelo Unileste junto à entidade destacam-se o Teatro Universitário, do curso de Pedagogia; Falando sobre Sexo e Sexualidade (Psicologia); Agência de Letramento, Laboratório de Produção de Textos e A Língua Inglesa através dos Contos de Fadas, do curso de Letras.
Escolas, empresas e instituições interessadas em receber os projetos de extensão do Unileste devem fazer contato com a Coordenadoria de Extensão por meio do telefone (31) 3846-5515 ou pelo e-mail extensao@unilestemg.br. Outras informações podem ser obtidas em www.unilestemg.br/extensao.

http://www.unilestemg.br/noticia/781/unileste-desenvolve-projetos-de-acao-comunitaria-em-centro-de-assistencia-social

Curso de Psicologia faz ponte entre profissionais e empregadores do Vale do Aço

A Central de Assistentes de Afazeres Domésticos (Caad), vinculada ao curso de Psicologia do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), está intensificando o cadastro de profissionais em seu banco de dados. O serviço é dedicado às pessoas interessadas em atuarem como domésticas, babás, diaristas e cuidadoras da terceira idade, facilitando o contato entre estes profissionais e empregadores do Vale do Aço.
"A Central foi criada em 2009, a partir de atividades desenvolvidas pelos alunos da disciplina Estágio em Psicologia do Trabalho. Por meio de pesquisas, os estudantes descobriram a existência de uma demanda reprimida de serviços domésticos e, ao mesmo tempo, relatos frequentes sobre a falta de oportunidades para aqueles que se interessam em trabalhar na área", explica a professora Aline Lemos Pereira, coordenadora das atividades da Caad.
Ponte entre o trabalhador e o mercado
O objetivo do programa é intermediar o contato entre empregadores e a mão-de-obra disponível na região. As pessoas interessadas em fazer parte do banco de dados da Caad devem agendar entrevista em um dos Núcleos de Atividades Práticas em Psicologia do Unileste, situados nos campi universitários de Ipatinga e Coronel Fabriciano.
As entrevistas são realizadas por alunos do curso de Psicologia. O objetivo é investigar as características profissionais das pessoas que procuram o projeto, de modo a ajudá-las a encontrarem vagas que sejam compatíveis com seu perfil e habilidades.
"A triagem é uma espécie de ponte que ajuda aproximar as demandas do mercado aos profissionais disponíveis nesta área", explica a professora Aline. O cadastramento no banco de dados da Central de Assistentes de Afazeres Domésticos do Unileste é um serviço totalmente gratuito. As entrevistas podem ser agendadas pelos telefones (31) 3846-5588 e 3846-5644.

http://www.unilestemg.br/noticia/780/curso-de-psicologia-faz-ponte-entre-profissionais-e-empregadores-do-vale-do-aco

Biólogos do Unileste obtêm registros de novas espécies na Fazenda Macedônia

O curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), em parceria com a empresa Cenibra, desenvolve pesquisas na Fazenda Macedônia, localizada no município de Ipaba. Reconhecida pelo Ibama, em 1994, como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a Fazenda é situada à margem direita do Rio Doce e é um dos principais remanescentes de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais.
Os trabalhos desenvolvidos por pesquisadores do Centro Universitário têm como objetivo conhecer a diversidade de mamíferos, moluscos, insetos e plantas da Reserva. Os participantes do projeto são professores envolvidos em um grupo de pesquisa intitulado Ecologia de Comunidades.
A equipe de pesquisadores do curso de Ciências Biológicas é composta pelos seguintes professores: Alice Arantes Carneiro, Ana Paula de Almeida Caixeiro, Bianca Caldeira, Cléber Ribeiro Júnior, Flávia Oliveira Junqueira, Isabela Crespo Caldeira e Tânia Gonçalves dos Santos. Os docentes desenvolvem, ainda, junto à Diretoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão do Unileste, trabalhos de Ecologia, orientando alunos em programas de pesquisa, e projetos de extensão aplicados em escolas da região.
Resultados
A comunidade acadêmica e a coordenadora do curso, Isabela Crespo Caldeira, comemoram os resultados das pesquisas. Isabela ressalta que, até o momento, já foram documentados quatro novos registros de espécies nativas de moluscos, que são considerados bioindicadores do meio ambiente. "Os levantamentos dos moluscos são feitos quinzenalmente nas áreas de mata e nos eucaliptais. Também realizamos estudos nas áreas urbanas de Ipatinga e Coronel Fabriciano e espécies exóticas foram registradas, entre elas o caramujo africano", explica a coordenadora.
Do mesmo modo, a pesquisa direcionada ao levantamento de musgos possibilitou a identificação da presença de espécies ainda não registradas naquela região. Isabela explica que os pesquisadores verificaram a ocorrência destas plantas em variados substratos, tais como sobre folhas, troncos, pedras e solos. "Os musgos também são considerados bioindicadores da qualidade do ar. Algumas espécies têm o desenvolvimento restrito a um tipo de pH e a sua presença pode ser utilizada como indicadora do pH do solo. Além disso, retêm umidade, auxiliando na prevenção da erosão do solo", afirma Isabela.
Já no que se refere a mamíferos silvestres, o objetivo do trabalho é o de inventariar e avaliar a composição de mamíferos de médio e grande porte, e analisar a relação existente entre esse grupo e os diversos habitats na Fazenda Macedônia. Para alcançar tal finalidade foram utilizadas armadilhas fotográficas programadas e a identificação de pegadas deixadas pelos animais no solo. Dessa forma foram obtidos registros de oito espécies, entre elas o veado mateiro, capivara, paca, quati, mão-pelada e onça parda.
"É de suma importância a identificação dessas espécies aqui na região, tendo em vista que algumas delas já fazem parte da lista de animais em extinção divulgada pelo Ibama. Com estas pesquisas podemos não só registrar a presença desses animais silvestres, como também promover a conscientização ambiental junto à população, no que se refere à preservação dessas espécies", completa Isabela.

http://www.unilestemg.br/noticia/778/biologos-do-unileste-obtem-registros-de-novas-especies-na-fazenda-macedonia

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Federico Garcia Lorca: Teoria e prática do duende

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca nasceu no dia 5 de junho; para comemorar este aniversário, Prosa Poesia e Arte publica o texto abaixo, fortemente sugestivo de sua poesia, e os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst, todos sugeridos pela colaboradora do Prosa Poesia e Arte, Selenia Granja.

Desde o ano de 1918, quando ingressei na Casa de Estudantes de Madri, até 1928, quando a abandonei, ao terminar meus estudos de Filosofia e Letras, ouvi naquele refinado salão, para onde acorria a velha aristocracia espanhola com o fim de corrigir sua frivolidade de praia francesa, cerca de mil conferências.

No desejo de ar e de sol, me aborreci tanto que, ao sair, me sentia coberto por uma leve cinza, quase a ponto de se transformar em pó-de-mico.

Não. Eu não gostaria que entrasse na sala essa terrível mosca do aborrecimento que costura todas as cabeças com um fio tênue de sono e põe nos olhos dos ouvintes pequenos tufos de pontas de alfinete.

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De um modo simples, com o registro que em minha voz poética não tem luzes de madeiras, nem curvas de cicuta, nem ovelhas que subitamente são facas de ironias, vou procurar dar-lhes uma simples lição sobre o espírito oculto da dolorida Espanha.

Quem encontra-se na pele de touro que se estende entre os Júcar, Guadalete, Sil ou Pisuerga (não quero citar as torrentes junto às ondas cor de juba de leão que agitam o Plata), ouve-se dizer com certa freqüência: "Este tem muito duende". Manuel Torres, grande artista do povo andaluz, dizia a alguém que cantava: "Tu tens voz, conheces os estilos, mas jamais triunfarás, porque tu não tens duende".

Em toda Andaluzia, rocha de Jaén e búzio de Cádiz, as pessoas falam constantemente do duende e o descobrem naquilo que sai com instinto eficaz. O maravilhoso cantador El Lebrijano, criador da Debla, dizia: "Nos dias em que canto com duende não há quem possa comigo"; a velha bailarina cigana La Malena exclamou um dia, ao ouvir Brailowsky tocar um fragmento de Bach: "Olé! Isso tem duende!", e aborreceu-se com Glück, com Brahms e com Darius Milhaud. E Manuel Torres, o homem com maior cultura no sangue que conheci, disse, escutando o próprio Falla tocar seu Nocturno del Generalife, esta esplêndida frase: "Tudo o que tem sons negros tem duende". E não há nada mais verdadeiro.

Esses sons negros são o mistério, as raízes que penetram no limo que todos conhecemos, que todos ignoramos, mas de onde nos chega o que é substancial em arte. Sons negros, disse o homem popular da Espanha, e coincidiu com Goethe, que define o duende ao falar de Paganini, dizendo: "Poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica".

Assim pois o duende é um poder e não um obrar, é um lutar e não um pensar. Eu ouvi um velho violonista dizer: "O duende não está na garganta; o duende sobe por dentro a partir da planta dos pés". Ou seja, não é uma questão de faculdade, mas de verdadeiro estilo vivo; ou seja, de sangue; ou seja, de velhíssima cultura, de criação em ato.

Esse "poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica" é, em suma, o espírito da terra, o mesmo duende que abraçou o coração de Nietzsche, que o buscava em suas formas exteriores sobre a ponte Rialto ou na música de Bizet, sem encontrá-lo e sem saber que o duende que perseguia tinha saltado dos misteriosos gregos às bailarinas de Cádiz ou ao dionisíaco grito degolado da seguiriya de Silvério.

Assim, pois, não quero que ninguém confunda o duende com o demônio teológico da dúvida, ao qual Lutero, com um sentimento báquico, lançou um frasco de tinta em Nuremberg, nem com o diabo católico, destruidor e pouco inteligente, que se disfarça de cadela para entrar nos conventos, nem com o macaco falante que tem o espertalhão de
Cervantes, na comédia dos ciúmes e das selvas de Andaluzia.

Não. O duende de que falo, obscuro e estremecido, é descendente daquele alegríssimo demônio de Sócrates, mármore e sal que o arranhou indignado no dia em que tomou a cicuta, e do outro melancólico demoniozinho de Descartes, pequeno como amêndoa verde, que, farto de círculos e de linhas, saiu pelos canais para ouvir cantarem os marinheiros bêbados.

Todo homem, todo artista, dirá Nietzsche, cada degrau que sobe na torre de sua perfeição é às custas da luta que trava com um duende, não com um anjo, como se diz, nem com sua musa. É preciso fazer essa distinção fundamental para a raiz da obra.

O anjo guia e presenteia como São Rafael, defende e evita como São Miguel, e previne como São Gabriel.

O anjo deslumbra, mas voa sobre a cabeça do homem, está acima, derrama sua graça, e o homem, sem nenhum esforço, realiza sua obra, ou sua simpatia, ou sua dança. O anjo do caminho de Damasco ou o que entrou pelas fendas do balcãozinho de Assis, ou o que segue os passos de Enrique Susson, ordena, e não há maneira de recusar suas luzes, porque agita suas asas de aço no ambiente do predestinado.

A musa dita, e, em algumas ocasiões, sopra. Pode relativamente pouco, porque já está distante e tão cansada (eu a vi duas vezes) que teve que colocar meio coração de mármore. Os poetas de musa ouvem vozes e não sabem de onde elas vêm; são da musa que os alenta e às vezes os merenda. Como no caso de Apollinaire, grande poeta destruído pela horrível musa que foi pintada a seu lado pelo divino angélico Rousseau. A musa desperta a inteligência, traz paisagem de colunas e falso sabor de lauréis, e a inteligência é muitas vezes a inimiga da poesia, porque imita demasiadamente, porque eleva o poeta a um trono de agudas arestas e o faz esquecer que logo podem comê-lo as formigas ou pode cair-lhe na cabeça uma grande lagosta de arsênico, contra a qual nada podem as musas que há nos monóculos ou na rosa de tíbia laca do pequeno salão.

Anjo e musa vêm de fora; o anjo dá luzes e a musa dá formas (Hesíodo aprendeu com elas). Pão de ouro ou prega de túnicas, o poeta recebe normas no bosquezinho de lauréis. Ao contrário, o duende tem que ser despertado nas últimas moradas do sangue.

E rechaçar o anjo e dar um pontapé na musa, e perder o medo da fragrância de violetas que exala a poesia do século XVIII, e do grande telescópio em cujos cristais dorme a musa enferma de limites.

A verdadeira luta é com o duende.

Os caminhos para buscar a Deus são conhecidos, desde o modo bárbaro do eremita até o modo sutil do místico. Com uma torre como Santa Teresa, ou com três caminhos como São João da Cruz. E embora tenhamos que clamar com voz de Isaías: "Verdadeiramente és um Deus escondido", ao fim e ao cabo Deus manda ao que o busca seus primeiros espinhos de fogo.

Para buscar o duende não há mapa nem exercício. Só se sabe que ele queima o sangue como uma beberagem de vidros, que esgota, que rechaça toda a doce geometria aprendida, que rompe os estilos, que faz com que Goya, mestre nos cinzas, nos pratas e nos rosas da melhor pintura inglesa, pinte com os joelhos e com os punhos com horríveis negros de betume; ou que desnuda Mosén Cinto Verdaguer com o frio dos Pirineus, ou leva Jorge Manrique a esperar a morte no páramo de Ocaña, ou veste com uma roupa verde de saltimbanco o corpo delicado de Rimbaud, ou põe olhos de peixe morto no conde Lautréamont na madrugada do boulevard.

Os grandes artistas do sul da Espanha, ciganos ou flamengos, quer cantem, dancem ou toquem, sabem que não é possível nenhuma emoção sem a chegada do duende. Eles enganam as pessoas, e podem dar a sensação de duende sem que ele esteja lá, como as enganam todos os dias autores ou pintores ou modistas literários sem duende; mas basta atentar um pouco, e não se deixar levar pela indiferença, para descobrir o engodo e fazê-lo fugir com o seu tosco artifício.

Uma vez, a "cantadora" andaluza Pastora Pavón, A Menina dos Pentes, sombrio gênio hispânico, equivalente em capacidade de fantasia a Goya ou a Rafael o Galo, cantava em uma pequena taberna de Cádiz. Cantava com sua voz de sombra, com sua voz de estanho fundido, com sua voz coberta de musgo, e a enredava em seus cabelos ou a molhava em camomila ou a perdia entre estevais obscuros e longínquos. Mas nada; era inútil. Os ouvintes permaneciam calados.

Estava ali Ignacio Espeleta, formoso como uma tartaruga romana, a quem perguntaram uma vez: "Como não trabalhas?", e ele, com um sorriso digno de Argantônio, respondeu: "Como vou trabalhar se sou de Cádiz?"

Estava ali Eloísa, a quente aristocrata, rameira de Sevilla, descendente direta de Soledad Vargas, que em trinta não quis casar com um Rothschild porque não a igualava em sangue. Estavam ali os Floridas, que as pessoas crêem carniceiros, mas que na realidade são sacerdotes milenares que continuam sacrificando touros a Gereão, e em um canto, o imponente dono de gado Don Pablo Murube, com ar de máscara cretense. Pastora Pavón terminou de cantar em meio ao silêncio. Só, e com sarcasmo, um homem pequenino, desses homenzinhos bailarinos que saem de súbito das garrafas de aguardente, disse com voz muito baixa: "Viva Paris!", como se dissesse: "Aqui não nos importam as faculdades, nem a técnica, nem a maestria. Nos importa outra coisa."

Então A Menina dos Pentes levantou-se como uma louca, tronchada como uma carpideira medieval, e bebeu de um trago uma grande copo de cazalla como fogo, e sentou-se a cantar sem voz, sem alento, sem matizes, com a garganta abrasada, mas... com duende. Conseguira matar todo a estrutura da canção para dar lugar a um duende furioso e abrasador, amigo de ventos carregados de areia, que fazia com que os ouvintes rasgassem suas roupas quase com o mesmo ritmo com que as rasgam os negros antilhanos do rito, agrupados perante a imagem de Santa Bárbara.

A Menina dos Pentes teve que descarregar sua voz porque sabia que estava sendo escutada por gente estranha que não pedia formas, mas tutano de formas, música pura com o corpo exíguo para poder manter-se no ar. Teve que empobrecer em faculdades e em seguranças; quer dizer, teve que afastar a musa e ficar desamparada, para que seu duende viesse e se dignasse a lutar com os braços nus. E como cantou! Sua voz já não cantava, sua voz era um jorro de sangue dignificado por sua dor e por sua sinceridade, e se abria como uma mão de dez dedos pelos pés cravados, mas cheios de borrasca, de um Cristo de Juan de Juní.

A chegada do duende pressupõe sempre uma transformação radical em todas as formas sobre velhos planos, dá sensações de frescor totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa recém criada, de milagre, que chega a produzir um entusiasmo quase religioso.

Em toda música árabe, dança, canção ou elegia, a chegada do duende é saudada com enérgicos "Alá, Alá!", "Deus, Deus!", tão próximos do "Olé!" dos touros que talvez seja o mesmo; e em todos os cantos do sul da Espanha a aparição do duende é seguida por sinceros gritos de "Viva Deus!", profundo, humano, terno grito de uma comunicação com Deus por meio dos cinco sentidos, graças ao duende que agita a voz e o corpo da bailarina, evasão real e poética deste mundo, tão pura como a conseguida pelo raríssimo poeta do século XVIII Pedro Soto de Rojas através de sete jardins, ou a de João Clímaco por uma estremecido acesso de pranto.

Naturalmente, quando essa evasão é alcançada todos sentem seus efeitos: o iniciado, vendo como o estilo vence uma matéria pobre, e o ignorante, no não sei quê de uma emoção autêntica. Há anos, em um concurso de baile de Jerez de la Frontera, quem ganhou o prêmio foi uma velha de oitenta anos, contra formosas mulheres e meninas com a cintura de água, pelo simples fato de levantar os braços, erguer a cabeça e dar um golpe com o pé sobre o tablado; mas na reunião de musas e de anjos que havia ali, belezas de forma e belezas de sorriso, tinha que ganhar e ganhou aquele duende moribundo que arrastava pelo chão suas asas de facas oxidadas.

Todas as artes são capazes de duende, mas onde ele encontra maior campo, como é natural, é na música, na dança e na poesia falada, já que elas necessitam de um corpo vivo que interprete, porque são formas que nascem e morrem de modo perpétuo e alçam seus contornos sobre um presente exato.

Muitas vezes o duende do músico passa para o duende do intérprete, e outras vezes, quando o músico ou o poeta não são tais, o duende do intérprete, e isto é interessante, cria uma nova maravilha que tem na aparência, e nada mais, a forma primitiva. Este é o caso da enduendada Eleonora Duse, que buscava obras fracassadas para fazê-las triunfar, graças ao que ela inventava, ou o caso de Paganini, descrito por Goethe, que fazia com que se ouvisse melodias profundas em verdadeiras vulgaridades, ou o caso de uma deliciosa garota do Porto de Santa Maria, que vi cantar e dançar a horrorosa canção italiana O Mari!, com uns ritmos, uns silêncios e uma intenção que faziam da bugiganga italiana uma dura serpente de ouro puro. O que acontece é que eles encontravam efetivamente alguma coisa nova, que não tinha nada a ver com a anterior, que punham sangue vivo e ciência em corpos vazios de expressão.

Todas as artes, e também os países, têm capacidade de duende, de anjo e de musa; e assim como a Alemanha tem, com exceções, musa, e a Itália tem permanentemente anjo, a Espanha é em todos os tempos movida pelo duende, como país de música e dança milenares, onde o duende espreme limões de madrugada, e como país de morte, como país aberto à morte.

Em todos os países a morte é um fim. Ela chega e fecham-se as cortinas. Na Espanha, não. Na Espanha elas são abertas. Muita gente vive ali entre suas paredes até o dia em que morre e é colocada ao sol. Um morto na Espanha está mais vivo como morto que em qualquer lugar do mundo: fere seu perfil como um fio de uma navalha bárbara. O chiste sobre a morte e sua contemplação silenciosa são familiares aos espanhóis. Desde O sonho das caveiras, de Quevedo, até o Bispo apodrecido, de Valdés Leal, e desde a Marbella do século XVII, morta de parto na metade do caminho, que diz:

La sangre de mis entrañas
cubriendo el caballo está.
Las patas de tu caballo
echan fuego de alquitrán...

(1)
ao jovem moço de Salamanca, morto pelo touro, que clama
Amigos, que yo me muero;
amigos, yo estoy muy malo.
Tres pañuelos tengo dentro
y este que meto son cuatro... (2)

há uma balaustrada de flores de salitre, de onde assoma um povo de contempladores da morte, com versículos de Jeremias em seu lado mais áspero, ou com cipreste fragrante pelo lado mais lírico; mas um país onde o mais importante de tudo tem um último valor metálico de morte.

A faca e a roda do carro, e a navalha e as barbas pontudas dos pastores, e a lua despida, e a mosca, e as despensas úmidas, e os destroços, e os santos cobertos de renda, e a cal, e a linha cortante dos alpendres e dos mirantes têm na Espanha diminutas ervas de morte, alusões e vozes perceptíveis para um espírito alerta, que nos traz à memória o ar rígido de nosso próprio trânsito. Não é casualidade toda a arte espanhola ligada à nossa terra, cheia de cardos e de pedras definitivas, não é um exemplo isolado a lamentação de Pleberio ou as danças do maestro Josef María de Valdivielso, não é um acaso que de toda balada européia se destaque esta amada espanhola:

- Si tu eres mi linda amiga,
cómo no me miras, di?
- Ojos con que te miraba
a la sombra se los di.
- Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me besas, di?
- Labios com que te besaba
a la tierra se los di.
- Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me abrazas, di?
- Brazos com que te abrazaba,
de gusanos los cubrí. (3)

Nem é estranho que nos alvoreceres de nossa lírica soe esta canção:

Dentro del vergel
moriré,
dentro del rosal
matar me han.
Yo me hiba, mi madre,
las rosas coger,
hallara la muerte
dentro del vergel.
Yo me hiba, madre,
las rosas cortar,
hallara la muerte
dentro del rosal.
Dentro del vergel,
moriré,
dentro del rosal
matar me han. (4)

As cabeças geladas pela lua que Zurbarán pintou, o amarelo manteiga com o amarelo relâmpago de El Greco, o relato do padre Sigüenza, a obra inteira de Goya, a abside da igreja de El Escorial, toda a escultura policromada, a cripta dos Benavente em Medina de Rioseco, equivalem no culto às romarias de San Andrés de Teixido, onde os mortos tomam lugar na procissão, aos cantos fúnebres que cantam as mulheres de Astúrias com lanternas cheias de chamas na noite de novembro, ao canto e à dança da Sibila nas catedrais de Mallorca e Toledo, ao obscuro In Recort tortosino e aos inumeráveis ritos da Sexta-Feira Santa, que com a cultíssima festa dos touros formam o triunfo popular da morte espanhola. No mundo, somente o México pode ombrear com meu país.

Quando a musa vê a morte chegar fecha a porta ou ergue um plinto ou passeia uma urna e escreve um epitáfio com mão de cera, mas em seguida começa a rasgar seu laurel com um silêncio que vacila entre duas brisas. Sob o arco truncado da ode, ela junto com sentido fúnebre as flores exatas que pintaram os italianos do século XV e chama o seguro galo de Lucrécio para que espante sombras imprevistas.

Quando vê chegar a morte, o anjo voa em círculos lentos e tece com lágrimas de gelo e narciso a elegia que vimos tremer nas mãos de Keats, e nas de Villasandino, e nas de Herrera, e nas de Bécquer e nas de Juan Ramón Jiménez. Mas que horror o do anjo ao sentir uma aranha, por menor que ela seja, sobre seu terno pé rosado!

Ao contrário, o duende não chega se não vê possibilidade de morte, se não sabe que ela há de rondar sua casa, se não tem segurança de que há de balançar esses ramos que todos carregamos e que não têm, que não terão consolo.

Com ideia, com som ou com gesto, o duende gosta das bordas do poço em franca luta com o criador. Anjo e musa escapam com violino ou compasso, e o duende fere, e na cura dessa ferida, que não se fecha nunca, está o insólito, o inventado da obra de um homem.

A virtude mágica do poema consiste em estar sempre enduendado para batizar com água obscura a todos os que o vêem, porque com duende é mais fácil amar, compreender, e é certeza ser amado, ser compreendido, e essa luta pela expressão e pela comunicação da expressão adquire às vezes, em poesia, caracteres mortais.

Recordai o caso da flamenguíssima e enduendada Santa Teresa, flamenga não por dominar um touro furioso e dar-lhe três passes magníficos; não por enfrentar frei Juan de la Miseria nem por dar uma bofetada no Núncio de Sua Santidade, mas por ser uma das poucas criaturas cujo duende (não anjo, porque o anjo não ataca nunca) a transpassa com um dardo, querendo matá-la por ter roubado seu último segredo, a ponte sutil que une os cinco sentidos com esse centro em carne viva, em nuvem viva, em mar vivo, do Amor libertado do Tempo.

Valentíssima vencedora do duende, e um caso oposto ao de Felipe da áustria, que, ansiando buscar musa e anjo na teologia, viu-se aprisionado pelo duende dos ardores frios nessa obra de El Escorial, onde a geometria ombreia com o sonho e onde o duende põe máscara de musa para eterno castigo do grande rei.

Dissemos que o duende ama a orla, o limite, a ferida, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anelo superior a suas expressões visíveis.

Na Espanha (como nos povos do Oriente, onde a dança é expressão religiosa) o duende tem um campo sem limites nos corpos das bailarinas de Cádiz, elogiadas por Marçal, nos peitos dos que cantam, elogiados por Juvenal, e em toda a liturgia dos touros, autêntico drama religioso onde, da mesma maneira que na missa, se adora e se sacrifica a um Deus.

É como se todos os duendes do mundo clássico se juntassem nessa festa perfeita, expoente da cultura e da grande sensibilidade de um povo que descobre no homem suas melhores iras, suas melhores bílis e seu melhor pranto. Nem no baile espanhol nem nos touros alguém se diverte; o duende se encarrega de fazer sofrer através do drama, em formas vivas, e prepara as escadas para uma evasão da realidade que circunda.

O duende opera sobre o corpo da bailarina como o vento sobre a areia. Transforma com mágico poder uma garota em paralítica da lua, ou enche de rubores adolescentes um velho roto que pede esmola pelas tendas de vinho, dá aos cabelos um cheiro de porto noturno, e em todo momento opera sobre os braços com expressões que são mães da dança de todos os tempos.

E é impossível que ele se repita, isso é muito interessante de sublinhar. O duende não se repete, como não se repetem as formas do mar na tempestade.

Nos touros ele adquire seus acentos mais impressionantes, porque tem que lutar, por um lado, com a morte, que pode destruí-lo, e por outro lado com a medida, base fundamental da festa.

O touro tem sua órbita: o toureiro, a sua, e entre órbita e órbita um ponto de perigo onde está o vértice do terrível jogo.

Pode-se ter musa com muleta e anjo com bandeirinhas e passar por bom toureiro, mas na faina de capa, com o touro limpo ainda de feridas, e no momento de matar, necessita-se da ajuda do duende para acertar no cravo da verdade artística.

O toureiro que assusta o público na praça por sua temeridade não toureia, mas encontra-se neste plano ridículo, ao alcance de qualquer homem, de jogar com a vida; ao contrário, o toureiro mordido pelo duende dá uma lição de música pitagórica e faz esquecer que arrisca constantemente o coração sobre os cornos.

Lagartijo com seu duende romano, Joselito com seu duende judeu, Belmonte com seu duende barroco e Cagancho com seu duende cigano, ensinam, desde o crepúsculo do anel, a poetas, pintores e músicos, quatro grandes caminhos da tradição espanhola.

A Espanha é o único país onde a morte é o espetáculo nacional, onde a morte toca longos clarins à chegada das primaveras, e sua arte está sempre regida por um duende agudo que lhe dá sua diferença e sua qualidade de invenção.

O duende que enche de sangue, pela primeira vez na escultura, as faces dos santos do mestre Mateo de Compostela, é o mesmo que faz São João da Cruz gemer ou queima ninfas nuas com os sonetos religiosos de Lope.

O duende que levanta a torre de Sahagún ou trabalha ladrilhos quentes em Calatayud ou Teruel é o mesmo que rasga as nuvens de El Greco e põe a rodar a pontapés os aguazis de Quevedo e as quimeras de Goya.

Quando chove faz surgir Velázquez enduendado, em segredo, por trás de seus cinzas monárquicos; quando neva faz Herrera sair nu para demonstrar que o frio não mata; quando arde, põe em suas chamas Berruguete e o faz inventar um novo espaço para a escultura.

A musa de Góngora e o anjo de Garcilaso hão de soltar a guirlanda de laurel quando passa o duende de São João da Cruz, quando

el ciervo vulnerado
por el otero asoma. (5)

A musa de Gonzalo de Berceo e o anjo do Arcipreste de Hita devem separar-se para dar lugar a Jorge Manrique, quando chega ferido de morte às portas do castelo de Belmonte. A musa de Gregoria Hernández e o anjo de José de Mora devem separar-se para que cruze o duende que chora lágrimas de sangue de Mena e o duende com cabeça de touro de Martínez Montañes, como a melancólica musa da Cataluña e o anjo molhado de Galicia olham, com amoroso assombro, o duende de Castilla, tão distante do pão quente e da dulcíssima vaca que pasta com normas de céu varrido e terra seca.

Duende de Quevedo e duende de Cervantes, com verdes anêmonas de fósforo um, e flores de gesso de Ruidera o outro, coroam o retábulo do duende da Espanha.

Cada arte tem, como é natural, um duende de modo e forma distintos, mas todas unem suas raízes em um ponto de onde manam os sons negros de Manuel Torres, matéria última e fundo comum incontrolável e estremecido de lenho, som, tela e vocábulo.

Sons negros por trás dos quais estão já em terna intimidade os vulcões, as formigas, os zéfiros e a grande noite apertando a cintura com a Via Láctea.

Senhoras e senhores; ergui três arcos e com mão torpe coloquei neles a musa, o anjo e o duende.

A musa permanece quieta; pode ter a túnica de pequenas pregas ou os olhos de vaca que miram em Pompéia o narizinho de quatro caras com que seu grande amigo Picasso a pintou. O anjo pode agitar cabelos de Antonello de Mesina, túnica de Lippi e violino de Massolino ou de Rousseau.

O duende... Onde está o duende? Pelo arco vazio entra um ar mental que sopra com insistências sobre as cabeças dos mortos, em busca de novas paisagens e acentos ignorados; um ar com cheiro de saliva de menino, de erva pisada e véu de medusa que anuncia o constante batismo das coisas recém criadas.

Notas
(1) O sangue de minhas entranhas
cobrindo o cavalo está.
As patas de teu cavalo
deitam fogo de alcatrão...

(2) Amigos, estou morrendo;
amigos, estou muito mal.
Tenho três lenços dentro
e com este que ponho são quatro...

(3) - Se tu és minha linda amiga,
como não me olhas, diz?
- Olhos com que te olhava
à sombra eu os dei
- Se tu és minha linda amiga,
como não me beijas, diz?
- Lábios com que te beijava
à terra eu os dei.
- Se tu és minha linda amiga,
como não me abraças, diz?
- Braços com que te abraçava,
de vermes eu os cobri.

(4) Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.
Eu ia, minha mãe,
As rosas colher,
Encontrei a morte
Dentro do vergel.
Eu ia, minha mãe,
As rosas cortar,
Encontrei a morte
Dentro do roseiral.
Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.
(5) o cervo ferido pelo outeiro assoma.


In Federico García Lorca. Obras Completas. Ed. Aguillar. Tradução: Roberto Mallet.

Colaboração Selenia Granja
À Ilharga de uma Geografa

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