quinta-feira, 30 de junho de 2011

“Esperamos construir uma gestão em que todos os estudantes façam parte”, Rafael Leal, novo presidente da UEE-MG

29 de junho de 2011
O 42º Congresso da entidade contou com a presença de 900 estudantes e elegeu novo presidente

Durante os dias 23 a 26 de junho, no campus da Dona Lindu, da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), na cidade de Divinópolis, recebeu o 42º Congresso da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, que contou com a presença de aproximadamente 900 estudantes. O estudante de História da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Rafael Leal, foi eleito presidente da entidade.
Dentre os assuntos debatidos no congresso, estava a discussão histórica da qualidade de ensino, mas os principais debates giraram em torno da estadualização das universidades públicas que são mantidas por fundações privadas e a criação do Fundo Social do Minério, para que os rendimentos da área mineradora sejam investidos em áreas sociais. Sem contar o debate da reforma política, democratização dos meios de comunicação, políticas públicas para a juventude e consórcio universitário.
“Tivemos um ato político com os alguns parlamentares, o lançamento da jornada de lutas no ensino privado foi um importante momento que nos traz uma grande responsabilidade nesta gestão e por fim o debate sobre o fundo social do minério, sem contar nos shows que animaram a galera”, conta Rafael sobre os melhores momentos do congresso.
Estava entre os presentes o Deputado Estadual Carlin Moura (PCdoB), o Deputado Federal Reginaldo Lopes (PT), a Deputada Federal Jô Moraes (PCdoB), o Sub-secretário de Juventude do Estado Gabriel Azevedo, o Reitor da UFSJ Helvécio Luiz, o representante da Secretaria de Educação Zito Vieira e lideranças do movimento estudantil.
“Depois dos estudantes terem saído de um grande congresso da UEE-MG, a expectativa deles é a melhor possível para o 52º CONUNE, pois saímos com uma boa estrutura para os debates que serão realizados”, diz Rafael.
O novo presidente Rafael Leal, que tem apenas 18 anos, conheceu o movimento estudantil no grêmio da Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo, depois disso, eleito presidente da UMES – Betim, entrou por completo na luta do movimento estudantil. O estudante do curso de história da UNIFAL desde cedo convive com política, já que seu pai foi militante do C.A. de Ciências Sociais da PUC-RJ no início da década de 1970, no movimento Viração e a mãe conviver de perto com obmovimento musical, “Clube da Esquina”, além de militar no Comitê Brasileiro de Anistia na época da ditadura e até hoje fazer parte da base do sindicato dos professores. “Se não me apoiassem na vida política seria muito estranho!”, brinca Rafael, que se inspira no pai.

“Movimento estudantil pra mim é luta, mobilização, energia, passeata, debate, história, rebeldia. Não consigo ver minha vida sem eu fazer parte disso”, Rafael comenta. Para ele é difícil se dividir entre as muitas tarefas que tem como estudante e militante, o jovem tenta aprimorar essa característica para não deixar nada de lado.
A grande responsabilidade adquirida com a eleição é uma das maiores preocupações de Rafael, afinal foi eleito pela maioria dos estudantes e espera corresponder às expectativas de seus eleitores e os demais estudantes do estado.
“Acredito que as três principais bandeiras de luta da minha gestão no Estado são a estadualização das universidades estaduais, a criação do fundo social do minério e a regulamentação do ensino privado. Fora as bandeiras nacionais da UNE, como 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação”, explica o novo presidente.
O jovem de personalidade simples se considera tranquilo, comunicativo, persistente, franco e um pouco “cabeça dura”. Como mora apenas a seis meses na cidade de Alfenas para estudar, gosta de frequentar as repúblicas da região, casas de amigos e barzinhos para confraternizar e aproveitar as horas vagas. “Gosto de sair com os amigos, ir para festas, jogar um futebol, usar a internet e suas redes sociais, um vídeo game... De preferência futebol e Mario Kart! E claro, ver meu Cruzeiro jogar!”, Rafael faz brincadeiras ao falar de sua vida pessoal.
Quando o assunto é música ele responde prontamente. “Gosto muito de MPB e samba. Um rock clássico como Pink Floyd, Dire Straits, The Beatles, The Who e Led é muito bom também. Também gosto muito de ler, e indico ‘A história do Socialismo e das lutas Sociais’, do Max Beer, um grande livro”, completa. Sobre seus gostos culturais ainda há a paixão pelo cinema, transformada em diversas resenhas em um blog que o jovem mantém para publicar sua opinião sobre filmes e documentários.
O EstudanteNet perguntou se havia algo mais que Rafael gostaria de dizer e sem duvidar respondeu. “Acima de tudo quero mandar saudações estudantis ao povo de Minas Gerais, a UEE-MG esta aberta a críticas e sugestões, afinal esperamos construir uma gestão que todos os estudantes façam parte”, finaliza.

Siga o presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Rafael Leal no Twitter: @rafaelueeminas

Da Redação

terça-feira, 21 de junho de 2011

Minas Gerais se prepara para receber o 42º Congresso da UEE MG dias 23 a 26 de junho

Entidade teve credenciamento recorde de delegados para congresso
              
Durante os dias 23 a 26 de junho, a UFSJ, no campus da Dona Lindu, na cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, receberá o 42º Congresso da UEE MG. A expectativa é a melhor possível, de acordo com a presidente da entidade, a estudante Luiza Lafetá, esse será o maior congresso já realizado no estado de Minas Gerais “Tivemos um credenciamento recorde: 900 delegados”, comemora.
O congresso terá duas grandes pautas para debate: um projeto emenda a constituição para a criação no estado de um fundo social do minério para ser investido em educação e tecnologia; e a estadualização da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), que ainda tem alguns campus privados. “Queremos mobilizar a sociedade e os estudantes em torno dessas causas. Esse é o papel da UEE de Minas”, disse Luiza.
Durante o fórum, acontecerão alguns debates importantes, sobre consórcio universitário, com a presença dos reitores da Universidade Federal de São João Del Rey e da Universidade Federal de Alfenas. Além disso, outras presenças já confirmaram suas presenças como os deputados Brizola Neto e Carlos Moura, para debater o marco regulatório do minério.
Além dos importantes debates políticos e da plenária final para definir a futura gestão da entidade, Divinópolis também preparou alguns eventos culturais para os estudantes presentes no congresso. Durante as noites, a cidade do centro oeste mineiro vai receber uma festa junina típica e também contará com shows de bandas locais.
De acordo com Luiza, o movimento estudantil de Minas Gerais é muito grande e heterogêneo. “Temos 853 municípios, diversas realidades dentro de um estado só. São 12 universidades federais. Cada região, cada universidade tema sua particularidade”, explica. Devido a essa particularidade do estado de Minas, a estudante acredita que eventos como o congresso estadual e o 52º CONUNE, que acontecerá entre os dias 13 a 17 de julho, em Goiânia, são fundamentais para que os estudantes mineiros entendam, também, como a UNE é importante para construir mudanças na educação em cada estado e no país. Sobre o CONUNE, a estudante garante: “Vamos levar uma grande bancada para o congresso”.

ServiçoO quê: 42º Congresso da UEE MG
Onde: UFSJ, no campus da Dona Lindu, na cidade de Divinópolis
Quando: 23 a 26 de junho
Informações no telefone: (31) 9407-7817 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Unileste abre inscrições para eventos científicos

O Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) convida os profissionais e a comunidade acadêmica do Vale do Aço para participação no maior evento científico da região. Neste ano, o 3º Congresso de Ciências da Saúde, a 12ª Semana de Iniciação Científica e a 3ª Semana de Extensão serão realizadas em conjunto, no período de 12 a 14 de setembro de 2011.
As inscrições para participação como ouvinte já estão abertas, e podem ser realizadas até 12/8 pelo endereço eletrônico www.unilestemg.br/ ambientessaudaveis. Os interessados em apresentar trabalhos durante os eventos também já podem se inscrever, utilizando a mesma página, com prazo até o dia 30 de junho.
Tomando como tema central "Inovação a serviço da vida e ambientes saudáveis", os eventos reforçam a discussão em torno da importância do desenvolvimento de ações em prol do crescimento sustentável regional.
"Como pólo siderúrgico de extrema relevância econômica, o Vale do Aço precisa repensar maneiras de atender às necessidades presentes sem comprometer as gerações futuras. E o estímulo a esta postura passa pelo contato entre instituições de ensino, pesquisadores, representantes do poder público e da sociedade civil", ressalta Carla Aredes Brum, coordenadora de pesquisa e iniciação científica do Unileste.
Ciência e responsabilidade social
A realização simultânea dos três eventos científicos promete enriquecer a programação de palestras, minicursos, apresentações orais, culturais e de pôsteres, além de constituir uma verdadeira vitrine de produtos e processos de pesquisa e extensão aplicáveis ao mercado.
"O alcance deste evento é realmente muito significativo, pois entidades, docentes e estudantes, do ensino médio ao mestrado, poderão interagir e compartilhar experiências nos campos científico e da responsabilidade social. Essas trocas, seguramente, resultarão em muita aprendizagem e parcerias para o desenvolvimento de projetos de interesse comum", completa Carla, que ao lado das professoras Ana Cristina Poletto Chaves e Sonaly Torres Silva Gabriel, atua na organização dos encontros.
Outras informações sobre os eventos podem ser obtidas pelos telefones (31)3846-5683 e 3846-5515, ou pelos e-mails pesquisa@unilestemg.br e extensao@unilestemg.br. O 3º Congresso de Ciências da Saúde, a 12ª Semana de Iniciação Científica e a 3ª Semana de Extensão do Unileste contam com patrocínio da Fundação Geraldo Perlingeiro de Abreu (FGPA) e da Fapemig.
Serviço
12 a 14/9/2011 - 3º Congresso de Ciências da Saúde, 12ª Semana de Iniciação Científica e 3ª Semana de Extensão do Unileste
Inscrições para ouvintes: até 12/8
Inscrições para apresentação de trabalhos: até 30/6
Página de inscrições: www.unilestemg.br/ambientessaudaveis
Contatos: (31)3846-5683/ 3846-5515, ou pesquisa@unilestemg.br / extensao@unilestemg.br

http://www.unilestemg.br/noticia/782/unileste-abre-inscricoes-para-eventos-cientificos

Unileste desenvolve projetos de ação comunitária em Centro de Assistência Social

O curso de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), por meio de seus projetos de extensão, promoverá atividades educacionais para adolescentes atendidos pelo Centro de Assistência Social e Incentivo ao Bem (Casib), sediado no Bairro Caladinho. Os eventos, previstos para os dias 9, 16 e 30 de junho, abordarão temas relacionados à Educação no Trânsito e Educação Ambiental.
As atividades no Casib consistirão em palestras e oficinas, estruturadas numa linguagem apropriada ao público infantojuvenil, e serão ministradas por Júlia Gabriela Macedo, aluna do 9º período de Engenharia Sanitária e Ambiental, sob a orientação da professora Marluce Teixeira Andrade Queiroz.
De acordo com a coordenadora do curso, Rosângela Maria Vítor Paranhos, os projetos Educação Ambiental: proteção das águas superficiais, e Educação no Trânsito: ferramenta para a vida já vêm sendo desenvolvidos há algum tempo junto à comunidade regional. "Pretendemos, com estes encontros, favorecer uma cultura pró-ativa por parte destes adolescentes, tanto em relação à prevenção dos acidentes veiculares, como em relação à sustentabilidade do planeta", ressalta Rosângela.
Para a discente Júlia Macedo, a grande expectativa é o despertar da conscientização ambiental. "Já fizemos uma primeira visita ao Centro de Assistência e vimos que os alunos e dirigentes estão ansiosos em receber nossos trabalhos. Percebemos que o Bairro é carente de orientações voltadas para esta área, mais especificamente no que se refere à coleta seletiva de lixo, uso da água e comportamento no trânsito. Nosso objetivo é promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas assistidas pelo Casib e que elas se tornem multiplicadoras dessas ações", destaca a graduanda.
Projetos de extensão
Além do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, docentes e alunos de outros cursos de graduação participam de um programa de atenção específico para crianças e adolescentes do Casib. Dentre os projetos desenvolvidos pelo Unileste junto à entidade destacam-se o Teatro Universitário, do curso de Pedagogia; Falando sobre Sexo e Sexualidade (Psicologia); Agência de Letramento, Laboratório de Produção de Textos e A Língua Inglesa através dos Contos de Fadas, do curso de Letras.
Escolas, empresas e instituições interessadas em receber os projetos de extensão do Unileste devem fazer contato com a Coordenadoria de Extensão por meio do telefone (31) 3846-5515 ou pelo e-mail extensao@unilestemg.br. Outras informações podem ser obtidas em www.unilestemg.br/extensao.

http://www.unilestemg.br/noticia/781/unileste-desenvolve-projetos-de-acao-comunitaria-em-centro-de-assistencia-social

Curso de Psicologia faz ponte entre profissionais e empregadores do Vale do Aço

A Central de Assistentes de Afazeres Domésticos (Caad), vinculada ao curso de Psicologia do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), está intensificando o cadastro de profissionais em seu banco de dados. O serviço é dedicado às pessoas interessadas em atuarem como domésticas, babás, diaristas e cuidadoras da terceira idade, facilitando o contato entre estes profissionais e empregadores do Vale do Aço.
"A Central foi criada em 2009, a partir de atividades desenvolvidas pelos alunos da disciplina Estágio em Psicologia do Trabalho. Por meio de pesquisas, os estudantes descobriram a existência de uma demanda reprimida de serviços domésticos e, ao mesmo tempo, relatos frequentes sobre a falta de oportunidades para aqueles que se interessam em trabalhar na área", explica a professora Aline Lemos Pereira, coordenadora das atividades da Caad.
Ponte entre o trabalhador e o mercado
O objetivo do programa é intermediar o contato entre empregadores e a mão-de-obra disponível na região. As pessoas interessadas em fazer parte do banco de dados da Caad devem agendar entrevista em um dos Núcleos de Atividades Práticas em Psicologia do Unileste, situados nos campi universitários de Ipatinga e Coronel Fabriciano.
As entrevistas são realizadas por alunos do curso de Psicologia. O objetivo é investigar as características profissionais das pessoas que procuram o projeto, de modo a ajudá-las a encontrarem vagas que sejam compatíveis com seu perfil e habilidades.
"A triagem é uma espécie de ponte que ajuda aproximar as demandas do mercado aos profissionais disponíveis nesta área", explica a professora Aline. O cadastramento no banco de dados da Central de Assistentes de Afazeres Domésticos do Unileste é um serviço totalmente gratuito. As entrevistas podem ser agendadas pelos telefones (31) 3846-5588 e 3846-5644.

http://www.unilestemg.br/noticia/780/curso-de-psicologia-faz-ponte-entre-profissionais-e-empregadores-do-vale-do-aco

Biólogos do Unileste obtêm registros de novas espécies na Fazenda Macedônia

O curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), em parceria com a empresa Cenibra, desenvolve pesquisas na Fazenda Macedônia, localizada no município de Ipaba. Reconhecida pelo Ibama, em 1994, como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a Fazenda é situada à margem direita do Rio Doce e é um dos principais remanescentes de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais.
Os trabalhos desenvolvidos por pesquisadores do Centro Universitário têm como objetivo conhecer a diversidade de mamíferos, moluscos, insetos e plantas da Reserva. Os participantes do projeto são professores envolvidos em um grupo de pesquisa intitulado Ecologia de Comunidades.
A equipe de pesquisadores do curso de Ciências Biológicas é composta pelos seguintes professores: Alice Arantes Carneiro, Ana Paula de Almeida Caixeiro, Bianca Caldeira, Cléber Ribeiro Júnior, Flávia Oliveira Junqueira, Isabela Crespo Caldeira e Tânia Gonçalves dos Santos. Os docentes desenvolvem, ainda, junto à Diretoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão do Unileste, trabalhos de Ecologia, orientando alunos em programas de pesquisa, e projetos de extensão aplicados em escolas da região.
Resultados
A comunidade acadêmica e a coordenadora do curso, Isabela Crespo Caldeira, comemoram os resultados das pesquisas. Isabela ressalta que, até o momento, já foram documentados quatro novos registros de espécies nativas de moluscos, que são considerados bioindicadores do meio ambiente. "Os levantamentos dos moluscos são feitos quinzenalmente nas áreas de mata e nos eucaliptais. Também realizamos estudos nas áreas urbanas de Ipatinga e Coronel Fabriciano e espécies exóticas foram registradas, entre elas o caramujo africano", explica a coordenadora.
Do mesmo modo, a pesquisa direcionada ao levantamento de musgos possibilitou a identificação da presença de espécies ainda não registradas naquela região. Isabela explica que os pesquisadores verificaram a ocorrência destas plantas em variados substratos, tais como sobre folhas, troncos, pedras e solos. "Os musgos também são considerados bioindicadores da qualidade do ar. Algumas espécies têm o desenvolvimento restrito a um tipo de pH e a sua presença pode ser utilizada como indicadora do pH do solo. Além disso, retêm umidade, auxiliando na prevenção da erosão do solo", afirma Isabela.
Já no que se refere a mamíferos silvestres, o objetivo do trabalho é o de inventariar e avaliar a composição de mamíferos de médio e grande porte, e analisar a relação existente entre esse grupo e os diversos habitats na Fazenda Macedônia. Para alcançar tal finalidade foram utilizadas armadilhas fotográficas programadas e a identificação de pegadas deixadas pelos animais no solo. Dessa forma foram obtidos registros de oito espécies, entre elas o veado mateiro, capivara, paca, quati, mão-pelada e onça parda.
"É de suma importância a identificação dessas espécies aqui na região, tendo em vista que algumas delas já fazem parte da lista de animais em extinção divulgada pelo Ibama. Com estas pesquisas podemos não só registrar a presença desses animais silvestres, como também promover a conscientização ambiental junto à população, no que se refere à preservação dessas espécies", completa Isabela.

http://www.unilestemg.br/noticia/778/biologos-do-unileste-obtem-registros-de-novas-especies-na-fazenda-macedonia

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Federico Garcia Lorca: Teoria e prática do duende

O poeta espanhol Federico Garcia Lorca nasceu no dia 5 de junho; para comemorar este aniversário, Prosa Poesia e Arte publica o texto abaixo, fortemente sugestivo de sua poesia, e os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst, todos sugeridos pela colaboradora do Prosa Poesia e Arte, Selenia Granja.

Desde o ano de 1918, quando ingressei na Casa de Estudantes de Madri, até 1928, quando a abandonei, ao terminar meus estudos de Filosofia e Letras, ouvi naquele refinado salão, para onde acorria a velha aristocracia espanhola com o fim de corrigir sua frivolidade de praia francesa, cerca de mil conferências.

No desejo de ar e de sol, me aborreci tanto que, ao sair, me sentia coberto por uma leve cinza, quase a ponto de se transformar em pó-de-mico.

Não. Eu não gostaria que entrasse na sala essa terrível mosca do aborrecimento que costura todas as cabeças com um fio tênue de sono e põe nos olhos dos ouvintes pequenos tufos de pontas de alfinete.

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De um modo simples, com o registro que em minha voz poética não tem luzes de madeiras, nem curvas de cicuta, nem ovelhas que subitamente são facas de ironias, vou procurar dar-lhes uma simples lição sobre o espírito oculto da dolorida Espanha.

Quem encontra-se na pele de touro que se estende entre os Júcar, Guadalete, Sil ou Pisuerga (não quero citar as torrentes junto às ondas cor de juba de leão que agitam o Plata), ouve-se dizer com certa freqüência: "Este tem muito duende". Manuel Torres, grande artista do povo andaluz, dizia a alguém que cantava: "Tu tens voz, conheces os estilos, mas jamais triunfarás, porque tu não tens duende".

Em toda Andaluzia, rocha de Jaén e búzio de Cádiz, as pessoas falam constantemente do duende e o descobrem naquilo que sai com instinto eficaz. O maravilhoso cantador El Lebrijano, criador da Debla, dizia: "Nos dias em que canto com duende não há quem possa comigo"; a velha bailarina cigana La Malena exclamou um dia, ao ouvir Brailowsky tocar um fragmento de Bach: "Olé! Isso tem duende!", e aborreceu-se com Glück, com Brahms e com Darius Milhaud. E Manuel Torres, o homem com maior cultura no sangue que conheci, disse, escutando o próprio Falla tocar seu Nocturno del Generalife, esta esplêndida frase: "Tudo o que tem sons negros tem duende". E não há nada mais verdadeiro.

Esses sons negros são o mistério, as raízes que penetram no limo que todos conhecemos, que todos ignoramos, mas de onde nos chega o que é substancial em arte. Sons negros, disse o homem popular da Espanha, e coincidiu com Goethe, que define o duende ao falar de Paganini, dizendo: "Poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica".

Assim pois o duende é um poder e não um obrar, é um lutar e não um pensar. Eu ouvi um velho violonista dizer: "O duende não está na garganta; o duende sobe por dentro a partir da planta dos pés". Ou seja, não é uma questão de faculdade, mas de verdadeiro estilo vivo; ou seja, de sangue; ou seja, de velhíssima cultura, de criação em ato.

Esse "poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica" é, em suma, o espírito da terra, o mesmo duende que abraçou o coração de Nietzsche, que o buscava em suas formas exteriores sobre a ponte Rialto ou na música de Bizet, sem encontrá-lo e sem saber que o duende que perseguia tinha saltado dos misteriosos gregos às bailarinas de Cádiz ou ao dionisíaco grito degolado da seguiriya de Silvério.

Assim, pois, não quero que ninguém confunda o duende com o demônio teológico da dúvida, ao qual Lutero, com um sentimento báquico, lançou um frasco de tinta em Nuremberg, nem com o diabo católico, destruidor e pouco inteligente, que se disfarça de cadela para entrar nos conventos, nem com o macaco falante que tem o espertalhão de
Cervantes, na comédia dos ciúmes e das selvas de Andaluzia.

Não. O duende de que falo, obscuro e estremecido, é descendente daquele alegríssimo demônio de Sócrates, mármore e sal que o arranhou indignado no dia em que tomou a cicuta, e do outro melancólico demoniozinho de Descartes, pequeno como amêndoa verde, que, farto de círculos e de linhas, saiu pelos canais para ouvir cantarem os marinheiros bêbados.

Todo homem, todo artista, dirá Nietzsche, cada degrau que sobe na torre de sua perfeição é às custas da luta que trava com um duende, não com um anjo, como se diz, nem com sua musa. É preciso fazer essa distinção fundamental para a raiz da obra.

O anjo guia e presenteia como São Rafael, defende e evita como São Miguel, e previne como São Gabriel.

O anjo deslumbra, mas voa sobre a cabeça do homem, está acima, derrama sua graça, e o homem, sem nenhum esforço, realiza sua obra, ou sua simpatia, ou sua dança. O anjo do caminho de Damasco ou o que entrou pelas fendas do balcãozinho de Assis, ou o que segue os passos de Enrique Susson, ordena, e não há maneira de recusar suas luzes, porque agita suas asas de aço no ambiente do predestinado.

A musa dita, e, em algumas ocasiões, sopra. Pode relativamente pouco, porque já está distante e tão cansada (eu a vi duas vezes) que teve que colocar meio coração de mármore. Os poetas de musa ouvem vozes e não sabem de onde elas vêm; são da musa que os alenta e às vezes os merenda. Como no caso de Apollinaire, grande poeta destruído pela horrível musa que foi pintada a seu lado pelo divino angélico Rousseau. A musa desperta a inteligência, traz paisagem de colunas e falso sabor de lauréis, e a inteligência é muitas vezes a inimiga da poesia, porque imita demasiadamente, porque eleva o poeta a um trono de agudas arestas e o faz esquecer que logo podem comê-lo as formigas ou pode cair-lhe na cabeça uma grande lagosta de arsênico, contra a qual nada podem as musas que há nos monóculos ou na rosa de tíbia laca do pequeno salão.

Anjo e musa vêm de fora; o anjo dá luzes e a musa dá formas (Hesíodo aprendeu com elas). Pão de ouro ou prega de túnicas, o poeta recebe normas no bosquezinho de lauréis. Ao contrário, o duende tem que ser despertado nas últimas moradas do sangue.

E rechaçar o anjo e dar um pontapé na musa, e perder o medo da fragrância de violetas que exala a poesia do século XVIII, e do grande telescópio em cujos cristais dorme a musa enferma de limites.

A verdadeira luta é com o duende.

Os caminhos para buscar a Deus são conhecidos, desde o modo bárbaro do eremita até o modo sutil do místico. Com uma torre como Santa Teresa, ou com três caminhos como São João da Cruz. E embora tenhamos que clamar com voz de Isaías: "Verdadeiramente és um Deus escondido", ao fim e ao cabo Deus manda ao que o busca seus primeiros espinhos de fogo.

Para buscar o duende não há mapa nem exercício. Só se sabe que ele queima o sangue como uma beberagem de vidros, que esgota, que rechaça toda a doce geometria aprendida, que rompe os estilos, que faz com que Goya, mestre nos cinzas, nos pratas e nos rosas da melhor pintura inglesa, pinte com os joelhos e com os punhos com horríveis negros de betume; ou que desnuda Mosén Cinto Verdaguer com o frio dos Pirineus, ou leva Jorge Manrique a esperar a morte no páramo de Ocaña, ou veste com uma roupa verde de saltimbanco o corpo delicado de Rimbaud, ou põe olhos de peixe morto no conde Lautréamont na madrugada do boulevard.

Os grandes artistas do sul da Espanha, ciganos ou flamengos, quer cantem, dancem ou toquem, sabem que não é possível nenhuma emoção sem a chegada do duende. Eles enganam as pessoas, e podem dar a sensação de duende sem que ele esteja lá, como as enganam todos os dias autores ou pintores ou modistas literários sem duende; mas basta atentar um pouco, e não se deixar levar pela indiferença, para descobrir o engodo e fazê-lo fugir com o seu tosco artifício.

Uma vez, a "cantadora" andaluza Pastora Pavón, A Menina dos Pentes, sombrio gênio hispânico, equivalente em capacidade de fantasia a Goya ou a Rafael o Galo, cantava em uma pequena taberna de Cádiz. Cantava com sua voz de sombra, com sua voz de estanho fundido, com sua voz coberta de musgo, e a enredava em seus cabelos ou a molhava em camomila ou a perdia entre estevais obscuros e longínquos. Mas nada; era inútil. Os ouvintes permaneciam calados.

Estava ali Ignacio Espeleta, formoso como uma tartaruga romana, a quem perguntaram uma vez: "Como não trabalhas?", e ele, com um sorriso digno de Argantônio, respondeu: "Como vou trabalhar se sou de Cádiz?"

Estava ali Eloísa, a quente aristocrata, rameira de Sevilla, descendente direta de Soledad Vargas, que em trinta não quis casar com um Rothschild porque não a igualava em sangue. Estavam ali os Floridas, que as pessoas crêem carniceiros, mas que na realidade são sacerdotes milenares que continuam sacrificando touros a Gereão, e em um canto, o imponente dono de gado Don Pablo Murube, com ar de máscara cretense. Pastora Pavón terminou de cantar em meio ao silêncio. Só, e com sarcasmo, um homem pequenino, desses homenzinhos bailarinos que saem de súbito das garrafas de aguardente, disse com voz muito baixa: "Viva Paris!", como se dissesse: "Aqui não nos importam as faculdades, nem a técnica, nem a maestria. Nos importa outra coisa."

Então A Menina dos Pentes levantou-se como uma louca, tronchada como uma carpideira medieval, e bebeu de um trago uma grande copo de cazalla como fogo, e sentou-se a cantar sem voz, sem alento, sem matizes, com a garganta abrasada, mas... com duende. Conseguira matar todo a estrutura da canção para dar lugar a um duende furioso e abrasador, amigo de ventos carregados de areia, que fazia com que os ouvintes rasgassem suas roupas quase com o mesmo ritmo com que as rasgam os negros antilhanos do rito, agrupados perante a imagem de Santa Bárbara.

A Menina dos Pentes teve que descarregar sua voz porque sabia que estava sendo escutada por gente estranha que não pedia formas, mas tutano de formas, música pura com o corpo exíguo para poder manter-se no ar. Teve que empobrecer em faculdades e em seguranças; quer dizer, teve que afastar a musa e ficar desamparada, para que seu duende viesse e se dignasse a lutar com os braços nus. E como cantou! Sua voz já não cantava, sua voz era um jorro de sangue dignificado por sua dor e por sua sinceridade, e se abria como uma mão de dez dedos pelos pés cravados, mas cheios de borrasca, de um Cristo de Juan de Juní.

A chegada do duende pressupõe sempre uma transformação radical em todas as formas sobre velhos planos, dá sensações de frescor totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa recém criada, de milagre, que chega a produzir um entusiasmo quase religioso.

Em toda música árabe, dança, canção ou elegia, a chegada do duende é saudada com enérgicos "Alá, Alá!", "Deus, Deus!", tão próximos do "Olé!" dos touros que talvez seja o mesmo; e em todos os cantos do sul da Espanha a aparição do duende é seguida por sinceros gritos de "Viva Deus!", profundo, humano, terno grito de uma comunicação com Deus por meio dos cinco sentidos, graças ao duende que agita a voz e o corpo da bailarina, evasão real e poética deste mundo, tão pura como a conseguida pelo raríssimo poeta do século XVIII Pedro Soto de Rojas através de sete jardins, ou a de João Clímaco por uma estremecido acesso de pranto.

Naturalmente, quando essa evasão é alcançada todos sentem seus efeitos: o iniciado, vendo como o estilo vence uma matéria pobre, e o ignorante, no não sei quê de uma emoção autêntica. Há anos, em um concurso de baile de Jerez de la Frontera, quem ganhou o prêmio foi uma velha de oitenta anos, contra formosas mulheres e meninas com a cintura de água, pelo simples fato de levantar os braços, erguer a cabeça e dar um golpe com o pé sobre o tablado; mas na reunião de musas e de anjos que havia ali, belezas de forma e belezas de sorriso, tinha que ganhar e ganhou aquele duende moribundo que arrastava pelo chão suas asas de facas oxidadas.

Todas as artes são capazes de duende, mas onde ele encontra maior campo, como é natural, é na música, na dança e na poesia falada, já que elas necessitam de um corpo vivo que interprete, porque são formas que nascem e morrem de modo perpétuo e alçam seus contornos sobre um presente exato.

Muitas vezes o duende do músico passa para o duende do intérprete, e outras vezes, quando o músico ou o poeta não são tais, o duende do intérprete, e isto é interessante, cria uma nova maravilha que tem na aparência, e nada mais, a forma primitiva. Este é o caso da enduendada Eleonora Duse, que buscava obras fracassadas para fazê-las triunfar, graças ao que ela inventava, ou o caso de Paganini, descrito por Goethe, que fazia com que se ouvisse melodias profundas em verdadeiras vulgaridades, ou o caso de uma deliciosa garota do Porto de Santa Maria, que vi cantar e dançar a horrorosa canção italiana O Mari!, com uns ritmos, uns silêncios e uma intenção que faziam da bugiganga italiana uma dura serpente de ouro puro. O que acontece é que eles encontravam efetivamente alguma coisa nova, que não tinha nada a ver com a anterior, que punham sangue vivo e ciência em corpos vazios de expressão.

Todas as artes, e também os países, têm capacidade de duende, de anjo e de musa; e assim como a Alemanha tem, com exceções, musa, e a Itália tem permanentemente anjo, a Espanha é em todos os tempos movida pelo duende, como país de música e dança milenares, onde o duende espreme limões de madrugada, e como país de morte, como país aberto à morte.

Em todos os países a morte é um fim. Ela chega e fecham-se as cortinas. Na Espanha, não. Na Espanha elas são abertas. Muita gente vive ali entre suas paredes até o dia em que morre e é colocada ao sol. Um morto na Espanha está mais vivo como morto que em qualquer lugar do mundo: fere seu perfil como um fio de uma navalha bárbara. O chiste sobre a morte e sua contemplação silenciosa são familiares aos espanhóis. Desde O sonho das caveiras, de Quevedo, até o Bispo apodrecido, de Valdés Leal, e desde a Marbella do século XVII, morta de parto na metade do caminho, que diz:

La sangre de mis entrañas
cubriendo el caballo está.
Las patas de tu caballo
echan fuego de alquitrán...

(1)
ao jovem moço de Salamanca, morto pelo touro, que clama
Amigos, que yo me muero;
amigos, yo estoy muy malo.
Tres pañuelos tengo dentro
y este que meto son cuatro... (2)

há uma balaustrada de flores de salitre, de onde assoma um povo de contempladores da morte, com versículos de Jeremias em seu lado mais áspero, ou com cipreste fragrante pelo lado mais lírico; mas um país onde o mais importante de tudo tem um último valor metálico de morte.

A faca e a roda do carro, e a navalha e as barbas pontudas dos pastores, e a lua despida, e a mosca, e as despensas úmidas, e os destroços, e os santos cobertos de renda, e a cal, e a linha cortante dos alpendres e dos mirantes têm na Espanha diminutas ervas de morte, alusões e vozes perceptíveis para um espírito alerta, que nos traz à memória o ar rígido de nosso próprio trânsito. Não é casualidade toda a arte espanhola ligada à nossa terra, cheia de cardos e de pedras definitivas, não é um exemplo isolado a lamentação de Pleberio ou as danças do maestro Josef María de Valdivielso, não é um acaso que de toda balada européia se destaque esta amada espanhola:

- Si tu eres mi linda amiga,
cómo no me miras, di?
- Ojos con que te miraba
a la sombra se los di.
- Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me besas, di?
- Labios com que te besaba
a la tierra se los di.
- Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me abrazas, di?
- Brazos com que te abrazaba,
de gusanos los cubrí. (3)

Nem é estranho que nos alvoreceres de nossa lírica soe esta canção:

Dentro del vergel
moriré,
dentro del rosal
matar me han.
Yo me hiba, mi madre,
las rosas coger,
hallara la muerte
dentro del vergel.
Yo me hiba, madre,
las rosas cortar,
hallara la muerte
dentro del rosal.
Dentro del vergel,
moriré,
dentro del rosal
matar me han. (4)

As cabeças geladas pela lua que Zurbarán pintou, o amarelo manteiga com o amarelo relâmpago de El Greco, o relato do padre Sigüenza, a obra inteira de Goya, a abside da igreja de El Escorial, toda a escultura policromada, a cripta dos Benavente em Medina de Rioseco, equivalem no culto às romarias de San Andrés de Teixido, onde os mortos tomam lugar na procissão, aos cantos fúnebres que cantam as mulheres de Astúrias com lanternas cheias de chamas na noite de novembro, ao canto e à dança da Sibila nas catedrais de Mallorca e Toledo, ao obscuro In Recort tortosino e aos inumeráveis ritos da Sexta-Feira Santa, que com a cultíssima festa dos touros formam o triunfo popular da morte espanhola. No mundo, somente o México pode ombrear com meu país.

Quando a musa vê a morte chegar fecha a porta ou ergue um plinto ou passeia uma urna e escreve um epitáfio com mão de cera, mas em seguida começa a rasgar seu laurel com um silêncio que vacila entre duas brisas. Sob o arco truncado da ode, ela junto com sentido fúnebre as flores exatas que pintaram os italianos do século XV e chama o seguro galo de Lucrécio para que espante sombras imprevistas.

Quando vê chegar a morte, o anjo voa em círculos lentos e tece com lágrimas de gelo e narciso a elegia que vimos tremer nas mãos de Keats, e nas de Villasandino, e nas de Herrera, e nas de Bécquer e nas de Juan Ramón Jiménez. Mas que horror o do anjo ao sentir uma aranha, por menor que ela seja, sobre seu terno pé rosado!

Ao contrário, o duende não chega se não vê possibilidade de morte, se não sabe que ela há de rondar sua casa, se não tem segurança de que há de balançar esses ramos que todos carregamos e que não têm, que não terão consolo.

Com ideia, com som ou com gesto, o duende gosta das bordas do poço em franca luta com o criador. Anjo e musa escapam com violino ou compasso, e o duende fere, e na cura dessa ferida, que não se fecha nunca, está o insólito, o inventado da obra de um homem.

A virtude mágica do poema consiste em estar sempre enduendado para batizar com água obscura a todos os que o vêem, porque com duende é mais fácil amar, compreender, e é certeza ser amado, ser compreendido, e essa luta pela expressão e pela comunicação da expressão adquire às vezes, em poesia, caracteres mortais.

Recordai o caso da flamenguíssima e enduendada Santa Teresa, flamenga não por dominar um touro furioso e dar-lhe três passes magníficos; não por enfrentar frei Juan de la Miseria nem por dar uma bofetada no Núncio de Sua Santidade, mas por ser uma das poucas criaturas cujo duende (não anjo, porque o anjo não ataca nunca) a transpassa com um dardo, querendo matá-la por ter roubado seu último segredo, a ponte sutil que une os cinco sentidos com esse centro em carne viva, em nuvem viva, em mar vivo, do Amor libertado do Tempo.

Valentíssima vencedora do duende, e um caso oposto ao de Felipe da áustria, que, ansiando buscar musa e anjo na teologia, viu-se aprisionado pelo duende dos ardores frios nessa obra de El Escorial, onde a geometria ombreia com o sonho e onde o duende põe máscara de musa para eterno castigo do grande rei.

Dissemos que o duende ama a orla, o limite, a ferida, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anelo superior a suas expressões visíveis.

Na Espanha (como nos povos do Oriente, onde a dança é expressão religiosa) o duende tem um campo sem limites nos corpos das bailarinas de Cádiz, elogiadas por Marçal, nos peitos dos que cantam, elogiados por Juvenal, e em toda a liturgia dos touros, autêntico drama religioso onde, da mesma maneira que na missa, se adora e se sacrifica a um Deus.

É como se todos os duendes do mundo clássico se juntassem nessa festa perfeita, expoente da cultura e da grande sensibilidade de um povo que descobre no homem suas melhores iras, suas melhores bílis e seu melhor pranto. Nem no baile espanhol nem nos touros alguém se diverte; o duende se encarrega de fazer sofrer através do drama, em formas vivas, e prepara as escadas para uma evasão da realidade que circunda.

O duende opera sobre o corpo da bailarina como o vento sobre a areia. Transforma com mágico poder uma garota em paralítica da lua, ou enche de rubores adolescentes um velho roto que pede esmola pelas tendas de vinho, dá aos cabelos um cheiro de porto noturno, e em todo momento opera sobre os braços com expressões que são mães da dança de todos os tempos.

E é impossível que ele se repita, isso é muito interessante de sublinhar. O duende não se repete, como não se repetem as formas do mar na tempestade.

Nos touros ele adquire seus acentos mais impressionantes, porque tem que lutar, por um lado, com a morte, que pode destruí-lo, e por outro lado com a medida, base fundamental da festa.

O touro tem sua órbita: o toureiro, a sua, e entre órbita e órbita um ponto de perigo onde está o vértice do terrível jogo.

Pode-se ter musa com muleta e anjo com bandeirinhas e passar por bom toureiro, mas na faina de capa, com o touro limpo ainda de feridas, e no momento de matar, necessita-se da ajuda do duende para acertar no cravo da verdade artística.

O toureiro que assusta o público na praça por sua temeridade não toureia, mas encontra-se neste plano ridículo, ao alcance de qualquer homem, de jogar com a vida; ao contrário, o toureiro mordido pelo duende dá uma lição de música pitagórica e faz esquecer que arrisca constantemente o coração sobre os cornos.

Lagartijo com seu duende romano, Joselito com seu duende judeu, Belmonte com seu duende barroco e Cagancho com seu duende cigano, ensinam, desde o crepúsculo do anel, a poetas, pintores e músicos, quatro grandes caminhos da tradição espanhola.

A Espanha é o único país onde a morte é o espetáculo nacional, onde a morte toca longos clarins à chegada das primaveras, e sua arte está sempre regida por um duende agudo que lhe dá sua diferença e sua qualidade de invenção.

O duende que enche de sangue, pela primeira vez na escultura, as faces dos santos do mestre Mateo de Compostela, é o mesmo que faz São João da Cruz gemer ou queima ninfas nuas com os sonetos religiosos de Lope.

O duende que levanta a torre de Sahagún ou trabalha ladrilhos quentes em Calatayud ou Teruel é o mesmo que rasga as nuvens de El Greco e põe a rodar a pontapés os aguazis de Quevedo e as quimeras de Goya.

Quando chove faz surgir Velázquez enduendado, em segredo, por trás de seus cinzas monárquicos; quando neva faz Herrera sair nu para demonstrar que o frio não mata; quando arde, põe em suas chamas Berruguete e o faz inventar um novo espaço para a escultura.

A musa de Góngora e o anjo de Garcilaso hão de soltar a guirlanda de laurel quando passa o duende de São João da Cruz, quando

el ciervo vulnerado
por el otero asoma. (5)

A musa de Gonzalo de Berceo e o anjo do Arcipreste de Hita devem separar-se para dar lugar a Jorge Manrique, quando chega ferido de morte às portas do castelo de Belmonte. A musa de Gregoria Hernández e o anjo de José de Mora devem separar-se para que cruze o duende que chora lágrimas de sangue de Mena e o duende com cabeça de touro de Martínez Montañes, como a melancólica musa da Cataluña e o anjo molhado de Galicia olham, com amoroso assombro, o duende de Castilla, tão distante do pão quente e da dulcíssima vaca que pasta com normas de céu varrido e terra seca.

Duende de Quevedo e duende de Cervantes, com verdes anêmonas de fósforo um, e flores de gesso de Ruidera o outro, coroam o retábulo do duende da Espanha.

Cada arte tem, como é natural, um duende de modo e forma distintos, mas todas unem suas raízes em um ponto de onde manam os sons negros de Manuel Torres, matéria última e fundo comum incontrolável e estremecido de lenho, som, tela e vocábulo.

Sons negros por trás dos quais estão já em terna intimidade os vulcões, as formigas, os zéfiros e a grande noite apertando a cintura com a Via Láctea.

Senhoras e senhores; ergui três arcos e com mão torpe coloquei neles a musa, o anjo e o duende.

A musa permanece quieta; pode ter a túnica de pequenas pregas ou os olhos de vaca que miram em Pompéia o narizinho de quatro caras com que seu grande amigo Picasso a pintou. O anjo pode agitar cabelos de Antonello de Mesina, túnica de Lippi e violino de Massolino ou de Rousseau.

O duende... Onde está o duende? Pelo arco vazio entra um ar mental que sopra com insistências sobre as cabeças dos mortos, em busca de novas paisagens e acentos ignorados; um ar com cheiro de saliva de menino, de erva pisada e véu de medusa que anuncia o constante batismo das coisas recém criadas.

Notas
(1) O sangue de minhas entranhas
cobrindo o cavalo está.
As patas de teu cavalo
deitam fogo de alcatrão...

(2) Amigos, estou morrendo;
amigos, estou muito mal.
Tenho três lenços dentro
e com este que ponho são quatro...

(3) - Se tu és minha linda amiga,
como não me olhas, diz?
- Olhos com que te olhava
à sombra eu os dei
- Se tu és minha linda amiga,
como não me beijas, diz?
- Lábios com que te beijava
à terra eu os dei.
- Se tu és minha linda amiga,
como não me abraças, diz?
- Braços com que te abraçava,
de vermes eu os cobri.

(4) Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.
Eu ia, minha mãe,
As rosas colher,
Encontrei a morte
Dentro do vergel.
Eu ia, minha mãe,
As rosas cortar,
Encontrei a morte
Dentro do roseiral.
Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.
(5) o cervo ferido pelo outeiro assoma.


In Federico García Lorca. Obras Completas. Ed. Aguillar. Tradução: Roberto Mallet.

Colaboração Selenia Granja
À Ilharga de uma Geografa

domingo, 12 de junho de 2011

Brasil poderá ser potência mundial em energia limpa

Em seminário, especialistas debateram potencial do país na produção de biocombustível e energia eólica.
Com quase metade da matriz energética composta por fontes renováveis, o Brasil tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e tornar-se uma potência energética mundial, disse o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto. “O País está em uma posição estratégica excepcional, tem terra, água, sol, capacidade de trabalho, tecnologia e vontade de colocar esses recursos a serviço da sociedade”, ressaltou.

De acordo com Rosseto, que participou do seminário Sustentar XXI, realizado na última quinta-feira pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara neste momento a Petrobras produz etanol e biodiesel em 14 usinas, uma delas em Moçambique, na África. Nos próximos dois anos, a empresa planeja iniciar a comercialização do biocombustível para avião. “No momento, já sabemos fazer o produto em laboratório e em planta-piloto, só não temos ainda competitividade econômica”, disse.

O executivo da Petrobras disse ainda que o Brasil pode praticamente dobrar sua capacidade de produção de etanol sem necessidade de utilizar novas terras. Segundo ele, hoje a produtividade brasileira é de 7 mil a 7,5 mil litros por hectare de cana, mas pode chegar a 12 mil litros somente com a utilização de novas tecnologias. “É possível aumentar a produção a partir do uso do bagaço da cana, com o açúcar das fibras de celulose”, explicou.

Outra fonte promissora de geração elétrica ainda pouco explorada no Brasil é a eólica. De acordo com o diretor-presidente da Suzlon Energia Eólica do Brasil, Arthur Lavieri, essa fonte, além de abundante, é economicamente viável. Segundo disse, no último leilão realizado pelo governo para compra de energia, a eólica foi a segunda mais barata. “Perde só para as megausinas hidrelétricas”, garantiu. Nessa comparação, fica 15% mais cara.

Lavieri explicou ainda que o potencial brasileiro de geração de energia a partir dos ventos é de 350 mil megawatts. Atualmente, todo o parque gerador instalado no País produz 113 mil megawatts. “O Brasil poderá ser uma megapotência em energia renovável”, assegurou.

Apesar dessa enorme capacidade, a energia eólica contribui com menos de 1% da energia produzida no Brasil, com uma produção de apenas mil megawatts. A meta do setor é chegar a 5 mil megawatts em 2013. Para 2020, o projeto é responder por 10% do total. De acordo com Lavieri, na Dinamarca a geração eólica pode atingir 53% do total, enquanto na Espanha pode responder por 44%, dependendo dos meses. Ele lembrou ainda que a Alemanha comprometeu-se a fechar suas usinas nucleares até 2022 e investir nas fontes solar e eólica. Os participantes do seminário também ressaltaram que a demanda por energia nos próximos anos crescerá vertiginosamente. Somente no Brasil, em 2020 o consumo pode estar 60% superior ao atual. No mundo, 20% da população ainda vivem sem acesso ao serviço, o que corresponde a cerca de 1,5 bilhão de pessoas.

Durante o seminário, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), lançou o programa Parlamento Zero, que prevê o plantio de 22 mil árvores em vários locais do País. Segundo estudos técnicos, esse número é suficiente para neutralizar a emissão de gases causadores de efeito estufa resultante das atividades da Câmara e do Senado.

Por Agência Câmara.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Renata Petta: Estudantes vão garantir Brasil desenvolvido e igual

”É fato que o Brasil vive um dos melhores momentos de sua história. O crescimento econômico, a expressiva ampliação do ensino superior e a democratização do seu acesso são reflexos de muitas mobilizações realizadas por nossa militância através da União Nacional dos Estudantes (UNE)”. Essa é a avaliação de Renata Petta, diretora de movimento estudantil universitário da União da Juventude Socialista (UJS), sobre o 52º Congresso da UNE, que acontece em julho.

Em clima de otimismo, a dirigente ressalta, no entanto, que tais conquistas ainda são pequenas diante das possibilidades que se abrem no governo da presidenta Dilma.

Renata lembra os motivos de o nome do movimento que a UJS protagoniza no congresso da UNE ser Transformar o Sonho em Realidade: ”são os sonhos de termos uma educação de qualidade, uma universidade de portas abertas para todos que queiram nela ingressar. Assim, só depende de nós ampliarmos ainda mais a luta política, pressionando, por exemplo, a sanção da presidenta à proposta de destinação de 50% do Fundo Social do pré-sal e dos 10% do PIB para educação”.

Vitórias
A campanha da UJS ao Conune foi lançada na 7º Bienal de Cultura da entidade no Rio de Janeiro e, em março, logo após o conselho de entidades gerais da UNE (encontro que autoriza o início das eleições), a mobilização entrou com força em centenas de universidades.

Renata faz questão de exemplificar algumas dessas vitórias pelo país todo: “no sul, tivemos ótima votação em universidades como a Ulbra(RS) e a Federal de Passo Fundo(RS), além da Univale em Santa Catarina e de três grandes universidades públicas no Estado do Paraná, a UFPR, a UEL (Universidade Esradual de Londrina) e a UEM (Maringá). No sudeste, poderia citar a Unip(SP), que é a maior universidade do país, e a Uniban. No Rio de Janeiro, tivemos boa votação na Universidade Federal Fluminense e na Gama Filho e, em Minas Gerais, se destacam as eleições da Unimonte e Uni-BH. No nordeste, poderia citar a eleição da Unime (BA), da Unicap e da Mauricio de Nassau em Pernambuco, além da UFAM (AM) e a UFPA (PA), na região norte".

Todas essas eleições contaram com a participação de aliados políticos que têm compreendido a importância da unidade do movimento estudantil brasileiro.

Participação feminina
Um tema de grande relevância no movimento estudantil é a participação das mulheres, e Renata ressalta que, nesse quesito, também são bons os resultados, haja vista a contribuição da UJS com muitas mulheres nos espaços de direção das entidades estudantis.

“Basta olharmos para as UEEs (Uniões Estaduais de Estudantes) pelo país. A UEE do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de Pernambuco são presididas por mulheres; a UEE do Amazonas tinha uma mulher à frente da entidade e, no último congresso, elegeu outra; sem contar a UAP (União Acadêmica do Pará) que acaba de eleger uma mulher também, com apenas 18 anos de idade, todas elas militantes da UJS”.

Arrancada final
Faltando pouco mais de um mês para o congresso da UNE (de 13 a 17 de julho, em Goiânia), Renata Petta alerta para a necessidade de uma arrancada final, concluindo todas as eleições que ainda não foram realizadas, tanto na modalidade de ensino presencial quanto na modalidade de ensino à distância.

Paralelamente, torna-se necessária a realização de diversas atividades de amarração dos delegados eleitos, como plenárias, para que se eleve o grau de politização da mobilização. Além das plenárias, o contato diário é fundamental para sanar possíveis dúvidas e garantir uma expressiva participação da UJS e do movimento Transformar o Sonho em Realidade no Congresso da UNE.

“Está em nossas mãos a luta por dar continuidade ao projeto de desenvolvimento iniciado pelo governo Lula e que tem continuidade no governo da presidenta Dilma. O Congresso da UNE é parte importantíssima dessa batalha pelo aprofundamento das mudanças e precisamos ganhar muitas mentes e corações para nosso projeto de país. Será no banco das escolas e universidades que encontraremos a energia necessária para construir uma país desenvolvido e mais igual para todos”, finalizou Renata Petta.

Fonte: UJS

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nota oficial da UNE e da UBES sobre as manifestações no Espírito Santo


A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) vêm a público declarar oficialmente seu apoio e solidariedade aos manifestantes que foram às ruas do Espírito Santo lutar por melhorias no transporte público e sofreram truculenta e injustificável repressão policial.
A violenta ação da polícia, responsável pela agressão e detenção de manifestantes, não combina com o regime democrático e os direitos consagrados de liberdade de expressão e manifestação. Os estudantes exigem a apuração da responsabilidade pelos lamentáveis fatos e a retratação do poder público local.
A UNE e da UBES são históricas defensoras da democratização do transporte público, pelo passe livre e contra o aumento de tarifas e se colocam ao lado dos estudantes que encampam estas lutas em todo o território nacional.
União Nacional dos Estudantes
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vacinas do futuro


Edição da Nature mostra a importância da imunização para prevenir e erradicar doenças, mas alerta que novas estratégias precisam ser desenvolvidas contra males como a AIDS, a TUBERCULOSE e a malária. Novidades devem sair dos laboratórios na próxima década.

Teste de vacina contra a malária no Quênia: mais da metade dos casos da doença ocorrem no continente africano, e as crianças com menos de 5 anos são as mais afetadas.
Até o século 18, a varíola era uma doença letal. Ter as marcas das temidas bexigas espalhadas pelo corpo era quase assinar o próprio atestado de óbito. Somente na Inglaterra, 10% da população morreu nos anos 1700 devido à infecção pelo orthopoxvirus. Então uma descoberta mudou a forma como o mundo lidava não somente com essa moléstia, mas com todos os outros males transmitidos por micro-organismos. O médico britânico Edward Jenner observou que pessoas infectadas por um vírus bovino muito semelhante ao da varíola, o cowpoxvirus, estavam imunes contra a forma letal da doença. Em 14 de maio de 1796, ele fez um experimento que revolucionou a medicina: retirou uma pequena quantidade de sangue de uma mulher doente e inoculou a amostra em uma criança. Ocorria a descoberta da vacina.
Passados 215 anos, a varíola já não preocupa a saúde pública. Ela foi considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas outras doenças precisam urgentemente de estratégias semelhantes, dizem cientistas na edição de hoje da revista Nature. Um especial sobre imunologia reflete os avanços e os desafios da área, elegendo três doenças prioritárias para o desenvolvimento de vacinas: AIDS, malária e TUBERCULOSE. Juntas, elas provocam mais de 5 milhões de mortes anuais em todo o mundo.
Confinados em seus laboratórios, pesquisadores têm buscado incessantemente uma resposta rápida de prevenção a esses males. Apesar dos esforços, ainda não se chegou a um produto eficaz. Mas, na próxima década, o cenário pode mudar. "Novos avanços conceituais e tecnológicos indicam que será possível desenvolver vacinas contra essas doenças em 10 anos. Esses avanços incluem novos regimes de imunização prime-boost (doses de reforço sucessivas à primeira vacina), novos adjuvantes (compostos farmacêuticos), bem como novos métodos de apresentação de antígenos", escreveram na Nature Rino Rappuoli e Alan Aderem, pesquisadores da Novartis Vacinas e Diagnósticos da Itália e do Instituto de Pesquisa Biomédica de Seattle, respectivamente.

Novas abordagens

Os cientistas defendem que o sucesso do desenvolvimento de vacinas inovadoras depende, em grande parte, da "habilidade de usar novas abordagens", além de aumentar a quantidade de ensaios clínicos. Graças aos avanços das pesquisas sobre o DNA e na área de biologia molecular, o desafio pode ser vencido, acreditam Rappuoli e Aderem. No artigo, eles lembram que as vacinas contra o vírus da AIDS começaram a ser desenvolvidas ainda na década de 1980. Dez anos depois, iniciaram os testes que falharam. Os cientistas observaram que, in vitro, os anticorpos da imunização neutralizava apenas a cepa usada para a produção da vacina. Eles não combatiam uma das características mais brutais do vírus: sua diversidade genética.
"Foram fracassos atrás de fracassos, que sempre esbarraram em diversos problemas, como baixa eficácia e ampla resistência do HIV. Mas tentativas estão sendo feitas para alcançar novas estratégias mais positivas", afirma ao Correio Alan Aderem. É o que vem acontecendo nos laboratórios vinculados a um consórcio internacional de pesquisas para combate ao HIV. Os cientistas trabalham no desenho da primeira vacina de mosaico - composta por sequências sintéticas de proteínas que combatem a variedade genética do vírus.
"As vacinas tradicionais contra o HIV são desenhadas para que o sistema imunológico reconheça os aminoácidos específicos existentes nas proteínas dos vírus", conta ao Correio Barton Haynes, diretor do Centro de Imunologia e Vacinas para HIV/AIDS da Universidade de Duke, que lidera o consórcio. "A nova abordagem, porém, é composta de muitas sequências cridas em computador que podem fazer com que o organismo responda à grande variedade de cepas do HIV", explica. Ele diz que a expectativa da equipe é já começar os testes em humanos no ano que vem. "Estamos muito empolgados, pois os ensaios em animais foram muito promissores", diz Haynes.
Edgard Garrido/Reuters - 23/3/10
Vacinação em Honduras: cena que se tornou comum no mundo graças à descoberta da imunização, há 215 anos

Reengenharia

No caso da Mycobacterium tuberculosis, o bacilo responsável pela TUBERCULOSE, já existe uma vacina, a BCG, desenvolvida há um século. Apesar de evitar o contágio e a mortalidade em crianças, a imunização é incapaz de proteger adultos e idosos. Em todo o mundo, cerca de 6 bilhões de pessoas são portadoras de uma infecção latente que, em 10% dos casos, evolui para a doença ativa. O futuro do combate à doença pode estar na reengenharia genética, sugerem os autores.
Apesar de associada aos poetas do romantismo, movimento literário do século 19, a TUBERCULOSE ainda é uma doença contemporânea. Mesmo a Inglaterra, a terra de Lord Byron, talvez o principal expoente do mal em sua época, ainda registra 9 mil casos por ano, com um aumento de 50% na incidência desde 1999. No Brasil, a partir de 1990, a prevalência da TUBERCULOSE diminuiu 26%, com queda de 32% na taxa de mortalidade, mas ainda surgem 72 mil casos por ano, com 4,7 mil mortes em decorrência da doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
O Instituto Nacional de Coração e Pulmão do Imperial College de Londres vem trabalhando para erradicar o mal. Há dois meses, o professor Ajij Lalvani, que lidera o projeto, publicou um artigo descrevendo uma descoberta que poderá acabar de vez com a TUBERCULOSE. Os pesquisadores identificaram uma proteína, a EspC, que desencadeia uma forte resposta imunológica em pessoas infectadas pela Mycobacterium tuberculosis. "É a resposta mais rápida já provocada por qualquer outra molécula conhecida", comemora Lalvani, em entrevista ao Correio. "Essa proteína é secretada pela bactéria da TUBERCULOSE, mas não pela vacina BCG. Como resultado, essa vacina não induz uma resposta imune à EspC. Então, ao desenvolvermos uma nova vacina podemos combater melhor a doença", diz.

A edição especial da Nature também faz um alerta. De nada adianta os cientistas se esforçarem para obter novas vacinas se médicos, enfermeiros e a população em geral não entenderem os benefícios e mesmo os riscos associados à imunização. Uma pesquisa feita na Comunidade Europeia mostrou que um quinto dos pais têm dúvidas se vacinam ou não seus filhos. "As estratégias têm de focar os grupos em que os ganhos reais podem ser feitos: os pais que têm dúvidas mas se preocupam também, mais do que aqueles que se recusam terminantemente a vacinar as crianças", escreveu na revista Julie Leask, do Centro de Imunização da Universidade de Sidney.

Menor proteção

Durante um congresso da Liga Europeia contra o Reumatismo, foi apresentada, ontem, uma pesquisa da Universidade de São Paulo mostrando que pacientes de reumatismo respondem menos à vacina contra o vírus H1N1, causador popularmente chamada gripe suína. Um estudo sobre a eficácia da imunização em 340 portadores de reumatismo e 234 pessoas saudáveis mostrou que a eficácia da vacina é 20% mais baixa no primeiro grupo.

Joseph Okanga/Reuters - 15/12/10 

domingo, 5 de junho de 2011

Nota Oficial da UBES sobre o Kit contra homofobia

Para UBES, polêmica do vídeo não impede distribuição do restante do Kit contra homofobia.

A respeito das recentes reverberações de opiniões sobre o caso do kit de combate à homofobia, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas vem a público por meio de nota oficial se manifestar totalmente a favor do material e cobrar da presidenta Dilma Rousseff e do ministro Fernando Haddad a imediata continuação e distribuição do produto, mesmo sem o os vídeos que tanta polêmica tem causado. Para a UBES, o problema referente aos vídeos não deve estar veiculado ao restante do kit.

Algumas matérias reproduzidas na internet deixaram ambigüidades em relação à opinião da UBES. Vale então aqui ressaltar que nossa entidade historicamente combate a homofobia, o racismo, o machismo e qualquer outro tipo de manifestação preconceituosa do gênero.

A UBES reafirma também o papel do estado em zelar pelo interesse do conjunto da população e, por isso, os estudantes acreditam que o governo federal deve intensificar a política de combate a homofobia nas escolas. A UBES apóia a decisão de suspender o vídeo e acha que os estudantes e outras entidades, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Ensino (CNTE) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), devem participar de um debate mais amplo sobre o tema.

A UBES já entrou em contato com as instâncias responsáveis e está marcando uma audiência com a presidenta Dilma Roussef e o ministro da Educação, Fernando Haddad.

União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Manifestação de estudantes pára trânsito em Vitória

Alunos reivindicam passagem livre nos ônibus na capital do Espírito Santo



Uma manifestação de estudantes - que exigem passagem livre nos ônibus de Vitória (ES) -  bloqueia o trânsito em vários pontos da cidade na tarde desta quinta-feira (2). Por volta das 14h20, um grupo entrou em confronto com policiais em uma das vias da capital do Espírito Santo.
A manifestação começou pela manhã e impediu que vários capixabas chegassem ao trabalho. Mais de 80 policiais do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar estão espalhados para garantir a ordem e acabar com o protesto.
Segundo os manifestantes, a previsão é que o vice-governador, Givaldo Vieira, compareça ao Palácio Anchieta nesta tarde para iniciar as negociações. Os estudantes dizem que o trânsito só será liberado depois que tiverem suas reivindicações atendidas.

UnilesteGym aquece o Teatro João Paulo II neste sábado

Acontece neste sábado (4/6), às 20h, mais uma edição do tradicional UnilesteGym. O projeto de extensão do curso de Educação Física do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) promete aquecer o palco do Teatro João Paulo II, no campus de Coronel Fabriciano, com a apresentação de 14 coreografias de ginástica e dança. O evento é aberto ao público, mediante doação de 1 litro de leite por pessoa. Os donativos serão entregues ao Lar dos Velhos Paulo de Tarso, em Ipatinga.
O evento, realizado semestralmente por alunos das disciplinas Atividades Rítmicas, Danças Folclóricas e Ginástica de Academia, apresentará ao público uma série de performances de jump, step, forró, bolero, samba de gafieira, valsa, hip hop, maracatu, axé e dança recreativa.
"O espetáculo é uma forma de disseminar a importância da atividade física na vida das pessoas. Queremos demonstrar que todos podem encontrar uma atividade prazerosa que lhe garanta um estilo de vida saudável", explica a professora Iula Lamourier Lucca, uma das professoras responsáveis pelo evento.
Liberdade artística
Neste semestre, o UnilesteGym não traz uma temática única para o espetáculo, o que garante aos mais de 80 participantes maior liberdade artística na elaboração das coreografias. Além disso, nesta edição a produção do festival foi aberta à participação dos estudantes dos demais cursos do Unileste.
"Neste primeiro momento teremos a participação de apenas um aluno do curso de Engenharia Mecânica. Mas, esperamos que esta adesão seja apenas a primeira de muitas, afinal, a nossa intenção é que, cada vez mais, este seja um evento multidisciplinar, que congregue diferentes áreas do conhecimento", ressalta a professora Iula.
Encerramento
O fechamento do espetáculo ficará por conta da Orfeu Cia. de Dança, grupo da cidade de Timóteo, formado por um egresso e dois alunos do curso de Educação Física do Unileste. Os bailarinos apresentarão uma coreografia de dança de rua.
Segundo Iula, o festival é um momento de grande importância para todos os envolvidos no processo. "O UnilesteGym é um momento de superação e exibição das potencialidades dos participantes. Além disso, é um espaço de valorização das artes e fortalecimento dos vínculos da Instituição com a comunidade", relata.
Serviço
4/6 (sábado) - UnilesteGym
20h, no Teatro João Paulo II, campus do Unileste em Coronel Fabriciano
Entrada: doação de 1 litro de leite longa vida

Espaço B recebe produções da artista plástica Sandra Valéria

A Galeria Espaço B, do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), recebe, nesta quarta-feira (1º/6) uma coletânea de pinturas a óleo da artista plástica Sandra Valéria Silva. A exposição permanecerá aberta ao público, no campus Coronel Fabriciano, até o dia 15 de junho, com entrada franca.
Tomando variadas fontes de inspiração, Sandra utiliza cores fortes para a construção de imagens marcantes, frequentemente dedicadas à revelação da sensualidade das formas do corpo feminino. Natural de Manhuaçu, mas radicada em Ipatinga, a artista plástica inseriu a pintura em sua vida há mais de 20 anos.
"Não me lembro da razão que me fez começar a pintar, mas a arte sempre esteve ligada ao meu estado de espírito: em algumas ocasiões eu senti a necessidade de pintar muito, em outras, optei por não criar nada", relata.
Os resultados de uma prática que Sandra, por vezes, vê como hobby, destacam-se na exposição que será inaugurada nesta quarta-feira como uma genuína forma de expressão de uma mulher que se desdobra como artista, mãe, dona-de-casa e filha. Os interessados em adquirir ou encomendar obras podem contatar a artista pelo telefone (31) 3825-4801.
Visibilidade
Com o objetivo de dar visibilidade aos artistas regionais e suas produções, a Galeria Espaço B já promoveu dezenas de exposições de artes plásticas no campus do Unileste em Coronel Fabriciano. "Além de aproximar a produção artística regional do ambiente acadêmico, temos trabalhado pela valorização da arte, disseminando informações que favoreçam sua popularização", destaca Ana Lúcia Rezende, assessora de eventos da Instituição.
Os interessados em expor suas obras na Galeria Espaço B podem fazer contato com a Assessoria de Eventos do Centro Universitário pelo telefone (31)3846-5531 ou pelo e-mail eventos@unilestemg.br. O espaço é cedido gratuitamente aos expositores, incluindo suporte técnico para a montagem das mostras.
Serviço
1º a 15/6 - Exposição Sandra Valéria Silva
Galeria Espaço B - campus do Unileste em Coronel Fabriciano
Entrada franca

quinta-feira, 2 de junho de 2011

PROGRAMAÇÃO PREVISTA* PARA O 42º CONGRESSO DA UNIÃO ESTADUAL DOS ESTUDANTES DE MINAS GERAIS - UEE

DIVINÓPOLIS: 23 A 26 DE jUNHO
Quem pode participar: estudantes da Unileste
Interessados: entrar em contato conosco
Credenciamento: valor a combinar
Alimentação, alojamento e shows: tudo incluso no credenciamento
*sujeita a alterações

Quinta 23 de junho
8hr Recepção das bancadas
12hr Almoço
15hr Abertura: Mesa diretora UEE, Presidente UNE, Reitoria UFSJ, Prefeitura Divinópolis, Sinpro, Sintram, UCMG, DA`s UFSJ,
17hr Espaço CUCA de cinema – Mostra de cinema
19 hr Jantar

Sexta 24 de junho
9hr Painel:  O movimento social e as mudança na educação e busca pela soberania nacional CTB, CUT, MST,  Sind-UTE
12hr Almoço
14hr Grupos de debate
- Meio Ambiente
- Esporte
- Cultura (reorganização do CUCA)
- Combate ao machismo
- Combate ao racismo
17hr Espaço CUCA de cinema
19hr Jantar


Sábado 25 de junho
8hr  Ato Político: “UEMG para os Mineiros, em defesa da estadualização!!!”
Narcio Rodrigues, Dijon – reitor UEMG, Gilson – Diretor UEMG FUNEDI, Dep.                      Federal Domingo Savio, Dep. Estadual Carlim Moura
12hr Almoço
14hr Grupos de debate
- Universidade publicas
- Universidade Privadas
- Movimento Estudantil
- Rede estadual
- Plenária CUCA-MG
19hr Jantar
21hr atividade cultural – Show com Mauricio Tizumba e Lenine
Lenine

Domingo 26 de junho
8hr Ato político “Garantir o Fundo Social do Minério essa é a nossa luta”
Gov. Antonio Anastasia, Pref. Divinópolis Wladimir, Mnistro do Desenvolvimento Industria e Comércio Exterior Fernando Pimentel, Dep. Federal Jô Moraes, Reitor UFSJ Helvecio Luiz, Senador Clesio Andrade, UEE-MG, UNE, ANPG
12hr Almoço
14hr Plenária Final
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