terça-feira, 3 de maio de 2011

Juventude e Esporte: o Brasil que queremos e a juventude que sonhamos





O Brasil vivencia hoje seu melhor momento na área esportiva. Desse modo, é a ocasião de compreendermos que já avançamos significativamente, mas também de darmos passos além. O Ministério do Esporte tem atuado firmemente na implementação de políticas que atendem diversas demandas da sociedade, especialmente no que diz respeito ao Esporte de alto rendimento, no qual o Brasil apresentava na década passada grandes déficits.

Contudo, temos condições de fazer com que as políticas de Esporte possam cada vez mais contribuir com a principal tarefa do atual Governo de diminuir a distância, ainda enorme, que separa a pobreza absoluta das periferias das grandes cidades urbanas e rurais da elite deste país. É necessário uma maior centralidade por parte do Governo Federal em políticas para o presente e para o futuro da nossa juventude, articulando os diversos Ministérios, principalmente o Ministério da Educação, na valorização do esporte escolar e suas peculiaridades. O esporte deve estar no bojo das políticas sociais do Brasil, entendidas como ação de estado. E o papel das Políticas Sociais, articuladas à Política Econômica, é reduzir a miséria e distribuir a renda.

Uma política de esporte voltada para a cidadania e justiça social deve contemplar como prioridade a promoção de iniciativas que ofereçam uma forma de educação suplementar, com grande poder atrativo e com condições de viabilizar a permanência por mais tempo do estudante no sistema de ensino, com maior assistência e opções mais variadas de aprendizagem.  Essa política deve ser contemplada com recursos púbicos federais, estaduais e municipais, voltados para a área e buscar como parceiro principal a escola pública, valorizando seus profissionais e espaços físicos. Nos bairros populares, as parcerias devem estar voltadas não somente para as escolas públicas como para as associações de moradores, igrejas e demais segmentos representativos da comunidade.

Para isso é fundamental um acompanhamento cotidiano das secretarias municipais e estaduais de esportes através das entidades e organizações que representam a juventude, apresentando perspectivas para que sejam desenvolvidas ações que possam chegar a todos os brasileiros. Vivenciaremos em breve as Olimpíadas no Rio de Janeiro e a Copa do Mundo no Brasil. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) assim como a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) têm dado suas contribuições com projetos em suas respectivas áreas, que valorizam o esporte de alto rendimento.

Mas é preciso existir uma relação de complementaridade com o esporte social, planejando suas ações conjuntamente. Podemos avançar em projetos sociais, em busca de talentos, realizando atividades nas escolas em parceria com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), por exemplo, e ampliar esta parceria com as associações de bairros e sindicatos. Será através de projetos como estes que poderemos dialogar com todos brasileiros e brasileiras.

De acordo com dados do Ibope Mídia, apenas 38% da população se dedica a alguma prática esportiva, mesmo que de forma ocasional, e há ainda cerca de 18 milhões de brasileiros acima de 12 anos que não se interessam de forma alguma pelo esporte. O governo tem desenvolvido projetos e eventos para atrair essa parcela da população, mas precisamos avançar muito mais para poder chegar a um caráter de esporte de massa em nosso país.

Portanto, há a necessidade de um estudo mais aprofundado de uma forma técnica para que possamos desenvolver ações esportivas que poderão dar um grande salto civilizacional, apresentando perspectiva para a juventude, dando oportunidades para nossos jovens brilharem nas olimpíadas e apresentando para escolas, associações de bairros e sindicatos o esporte como fator de nossa identidade nacional, capaz de contribuir fortemente para erradicação da pobreza e a desigualdade de renda e como possibilidade de integração e diálogo entre a imensa diversidade do nosso povo brasileiro.

Esse é o Brasil que queremos e essa é a juventude que sonhamos.

Emival Dalat é Diretor de Desporto Universitário da UNE e Diretor de Esporte da UJS.

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