sexta-feira, 6 de maio de 2011

Proposta de consórcio universitário em Minas será enviada ao MEC

Além de ofertar 239 cursos de graduação e 45 programas de pós, consórcio pretende valorizar pesquisa e cultura e dar incentivo a professores
Depois de quase 10 meses de discussões e reuniões, os reitores das sete instituições de ensino mineiras que integram a iniciativa, acertaram os detalhes da “fusão”, que deve oferecer 815 bolsas de mobilidade acadêmica para alunos, professores e servidores técnicos e contar com um novo Centro Regional de Pesquisa e Inovação e um Corredor Cultural. Os projetos devem consumir R$ 20 milhões ao longo deste ano e serão formalizados até dia 10, quando um documento oficial com a proposta será encaminhado um documento ao Ministério da Educação (MEC).
Na semana passada, representantes das universidades federais de Alfenas (Unifal), Itajubá (Unifei), Juiz de Fora (UFJF), Lavras (Ufla), Ouro Preto (Ufop), São João del-Rei (UFSJ) e Viçosa (UFV) fizeram a primeira reunião do ano e definiram as ações em seis eixos temáticos: assistência estudantil; extensão e cultura; graduação, pesquisa e pós-graduação; planejamento e gestão; pós-graduação; e coordenação. Todas as propostas e diretrizes farão parte do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que vai nortear o consórcio entre as instituições de ensino.
Para a mobilidade acadêmica e o intercâmbio de experiências entre as universidades, o consórcio vai oferecer 350 bolsas de estudo para estudantes de graduação. Neste caso, deve haver um sistema de matrícula cruzada para permitir que os alunos cursem disciplinas ou até um semestre letivo inteiro em outras escolas. Além disso, serão oferecidas 175 bolsas de assistência estudantil para carentes. Aos estudantes que já têm algum benefício de extensão, pesquisa ou de projetos acadêmicos, caberá à universidade decidir se acrescenta a bolsa mobilidade ou não, no valor de R$ 500.
Alunos de mestrado e doutorado (pós-graduação) vão contar com 140 bolsas, a serem distribuídas por um centro de estudos avançados do consórcio. Para professores que desejarem ministrar disciplinas em instituições diferentes da sua de origem, serão 35 bolsas no valor de R$ 3.400 cada. Além dessas, serão destinadas bolsas de mobilidade para professores visitantes. Servidores técnico-administrativos também terão incentivo de capacitação e, para que façam cursos de pós-graduação em outras instituições, serão oferecidas 35 bolsas de qualificação e mobilidade.
Segundo o coordenador-geral do consórcio, Paulo Márcio de Faria e Silva, todas as propostas serão agora analisadas pelos conselhos universitários de cada uma das sete instituições de ensino para, em seguida, serem encaminhadas ao MEC. “Definimos um conjunto de ações para nortear o planejamento orçamentário. Estamos otimistas de que as negociações com o MEC sejam concluídas ainda nos próximos meses e que as primeiras ações do consórcio comecem a ser feitas no segundo semestre”, diz Paulo Márcio, reitor da Universidade Federal de Alfenas (Alfenas).
Pesquisa
Além das bolsas de mobilidade, outra grande aposta do consórcio é a criação de um Centro Regional de Pesquisa e Inovação. A proposta é que a unidade, ainda sem local de construção definido, permita a integração e a evolução de linhas de pesquisa e estimule a movimentação de professores e estudantes envolvidos com iniciação científica. Inicialmente, os reitores propuseram que o centro atue em pesquisas na área de energias renováveis e bioenergia.
O consórcio universitário também prevê ações de cunho social e educativo em cidades no raio de localização das instituições de ensino. Municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) vão ganhar feiras de ciências, apresentações de filmes e palestras. Para essas atividades serão escolhidas duas cidades-polo nas regiões Sul e Sudeste do estado. A cultura também terá vez no consórcio. Segundo os reitores envolvidos, será criado um Corredor Cultural para favorecer a criação de festivais integrados entre as universidades.
“O consórcio deve fortalecer as instituições de ensino e, com essas ações já acertadas, também pretende dar uma importante contribuição para o desenvolvimento regional de Minas. Cidades localizadas no Sul e no Sudeste do estado têm muito a ganhar com pesquisas, atividades sociais e projetos culturais. E, para a comunidade acadêmica, o principal é o enriquecimento da formação de alunos e professores e a troca de experiências entre as universidades”, ressalta Paulo Márcio.
O Ministério da Educação informou que a Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) já sinalizou a liberação de R$ 20 milhões para o consórcio e que o investimento deve ser feito depois da formalização da proposta com o PDI. O consórcio vai reunir 239 cursos de graduação, oferecer cerca de 13 mil vagas e atender 48 mil alunos matriculados na graduação presencial. Na pós-graduação, serão 45 programas e mais de 3 mil alunos de mestrado e 1,7 mil de doutorado. Para manter a excelência em ensino, pesquisa e extensão, as universidades consorciadas reunirão 4.390 docentes e 5.968 funcionários técnico-administrativos.
Do jornal Estado de Minas
Foto: divulgação

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