“Já faz tempo que eu pedi / Mas o meu Papai Noel não vem / Com certeza já morreu / Ou então felicidade / É brinquedo que não tem" (Boas Festas).
Ou:
"Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor / Eu fui à Penha e pedi à padroeira para me ajudar / Salve o Morro do Vintém, pendura a saia que eu quero ver / Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar" (Brasil pandeiro).
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Personalidade depressiva, por várias vezes tentou o suicídio. A última, fatal, ocorreu em 11 de março de 1958, desesperado por dívidas que não conseguia pagar. Neste sentido, foi um herói da luta pelos direitos autorais. A lei, na época, reconhecia a venda de obras artísticas e Assis Valente, que era um compositor prolífico (chegava a compor uma canção por dia), vendia suas produções a preços muito baixos, como era costume então. No dia de sua morte, ele fora ao escritório de direitos autorais, mas não conseguiu receber o dinheiro que lhe deviam; deram-lhe apenas um calmante.
Sentando-se num banco na praia do Russel, no Rio de Janeiro, tomou formicida, deixando no bolso um bilhete que dizia: "Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo" (JCR)
Músicas
Brasil Pandeiro
Chegou a hora dessa gente bronzeada
Mostrar seu valor
Eu fui à penha fui pedir à padroeira para
Me ajudar
Salve o morro do vintém, pindura-saia,
Eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro
Para o mundo sambar
O tio Sam está querendo conhecer
A nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana
Melhorou seu prato
Vai entrar no cuscuz, acarajé e abará
Na casa branca já dançou a batucada
De ioiô e iaiá
Brasil, esquentai vossos pandeiros iluminai os terreiros
Que nós queremos sambar
Há quem sambe diferente
Noutras terras, outra gente
Um batuque de matar
Batucada, reuni vossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressões que não tem par
Oh! Meu Brasil
Brasil, esquentai vossos pandeiros...
Boas Festas
Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
O mundo não se acabou
Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei na boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou
Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de quinhentão
Agora eu soube que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
Vai ter barulho e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou
Camisa Listrada
Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí
Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
Tirou o anel de doutor para não dar o que falar
E saiu dizendo eu quero mamar
Mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
Levou meu saco de água quente pra fazer chupeta
Rompeu minha cortina de veludo pra fazer uma saia
Abriu o guarda-roupa e arrancou minha combinação
E até do cabo de vassoura ele fez um estandarte
Para seu cordão
Agora a batucada já vai começando não deixo e não consinto
O meu querido debochar de mim
Porque ele pega as minhas coisas vai dar o que falar
Se fantasia de Antonieta e vai dançar no Bola Preta
Até o sol raiar
http://www.vermelho.org.br
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